Brasília – Após a defesa de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tentar substituir o relator do processo de cassação contra o presidente da Câmara, o deputado Fausto Pinato (PRB-SP) confirmou nessa terça-feira (24) o seu voto a favor do seguimento da ação contra o peemedebista no Conselho de Ética. Houve um pedido coletivo de vista encabeçado pelo deputado Sérgio Brito (PSD-BA) e a votação do parecer acontecerá somente na próxima terça-feira, 1º de dezembro. “O arquivamento inicial da representação seria extremamente temerário e passaria a impressão à sociedade brasileira de que este Parlamento não atua com cuidado, cautela e espírito público de transparência”, diz o relatório de Pinato. “Dessa forma, conclui-se pela aptidão e pela justa causa da representação”, afirma o documento. Cunha é acusado de mentir à CPI da Petrobras, em março deste ano, ao negar a existência de contas no exterior.
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Advogado de Cunha pede substituição de relator no Conselho de ÉticaVotação do relatório prévio contra Cunha no Conselho de Ética fica para dia 1ºAdvogado de Cunha diz houve vitória porque poderá trazer argumentos no dia 1ºOposição promete ação conjunta contra Cunha na PGRA sessão dessa terça-feira começou às 14h37 com 15 deputados, inclusive os três do PT, que não haviam ajudado a dar quórum na sessão da última quinta-feira. Apesar do pacto de não agressão firmado entre Cunha e o Planalto, os petistas disseram que votarão a favor do relatório.
Substituição
Depois da leitura do relatório, mas antes da divulgação oficial do voto, o advogado Marcelo Nobre pediu para que Pinato fosse substituído. “O interesse da defesa é apresentar uma preliminar de suspeição”, afirmou Nobre. “A defesa se insurge, reclama e se indigna. O relator não nos aguardou”, disse o advogado. Pinato sorriu discretamente. Para o advogado de Cunha, o relator se antecipou ao conceder entrevista no último dia 16 e deveria ter aguardado a apresentação da defesa, o que ocorreu no dia 18.
Pinato reagiu de imediato e considerou que, nesta fase do processo, não cabe apresentação de defesa, o que acontece somente após a eventual aprovação do parecer. “Estou muito tranquilo em defender arguição tão absurda”, afirmou. “Desafio achar onde está que o exame preliminar está atrelado à defesa prévia. Isso é duvidar da inteligência daqueles que operam o direito”, disse Pinato.
O relator protocolou ontem uma complementação de voto em que rebate a suspeição.