Relato do Ministério Público Federal pedindo a prisão do líder do governo no Senado, senador Delcídio Amaral (PT), mostra gravações com o petista pressionandoo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a não colaborar com as investigações da Operação Lava-Jato, evitando acordo de delação premiada.

A Procuradoria-Gerral da República teve acesso gravações realizadas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, de duas reuniões recentes – realizadas em 4 e 19 de novembro – com a participação de Delcídio do Amaral e André Esteves

Delcídio e André Esteves prometeram o pagamento de R$ 50 mil mensais a Cerveró em troca da desistência de qualquer acordo de delação premiada e de não envolver o banco BTG Pactual nas investigações. O pagamento seria feito por meio de um contrato do banco com o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, por serviços fictícios, no valor de R$ 4 milhões.

As prisões  de Delcídio e do banqueiro André esteves, do BGT Pactual, e as medidas de busca e apreensão no gabinete do senador petista foram autorizadas pelo ministro Teori Zavascki, do STF, nessa terça-feira (24), com cumprimento na manhã de hoje. Nesta quarta-feira, os ministros da 2ª turma do STF referendaram por unanimidade, em sessão extraordinária, a prisão de Delcídio e do banqueiro André Esteves.

No caso de Delcídio, a manutenção da prião depende agora do Senado. Cabe à 2ª Turma do STF encaminhar os autos da prisão de Delcídio Amaral e o áudio da sessão de hoje ao Senado. Pela Constituição – artigo 53, § 2º, o Senado tem que decidir até amanhã se Delcídio permanece preso. A votação será secreta, de acordo com regimento do Senado..