Em reunião na manhã desta quarta-feira a bancada de senadores petistas achou mais prudente soltar nota sobre a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), após ter acesso aos autos. De acordo com uma fonte ouvida pela reportagem ficou o receio de que as provas e gravações de conversas do senador sejam muito contundentes e acabem deixando a bancada em uma saia justa.
A 2ª Turma do STF referendou, por unanimidade, a decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Corte, de prender Delcídio e o banqueiro André Esteves. De acordo com as investigações, os dois estariam atuando para impedir uma delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e, ainda, facilitar sua fuga do Brasil.
Na reunião da bancada, os petistas se mostraram assustados com a forma como a prisão foi feita. Para o senador Paulo Rocha (PA), não pode se perpetuar o método, segundo ele, adotado pela Lava Jato. "Somos a favor das investigações e do funcionamento das instituições, mas não se pode usar esses métodos, de prender primeiro e só depois condenar", afirmou. Segundo ele, a posição do partido para qualquer é se assegure, primeiro, o direito à defesa.
Para reforçar a desaprovação da bancada sobre a forma como a prisão foi feita, petistas votarão pelo relaxamento da prisão no momento em que a decisão tiver de ser tomada pelo Senado. Paulo Rocha explicou que, "mesmo que tenha cometido erros individuais", Delcídio Amaral terá o apoio da bancada para se defender.