Brasília - Líder do governo no Senado e com livre trânsito no gabinete da presidente Dilma Rousseff (PT), Delcídio do Amaral (PT-MS), responsável pelas negociações políticas mais importantes nas votações de interesse do governo, tornou-se nessa quarta-feira (25) o primeiro senador preso da história brasileira no exercício do mandato. Ele é acusado de tentar obstruir as investigações da Lava-Jato. A prisão preventiva, que abalou o Palácio do Planalto e deixou em alerta máximo senadores e deputados investigados na Lava-Jato, foi determinada pelo ministro Teori Zavascki, referendada por todos os outros quatro integrantes da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e mantida por 59 senadores em votação aberta no Senado, contra 13 e uma abstenção. Ao iniciar a sessão, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), descreveu ser um dia “triste” para o Congresso. “É um dia muito triste. Ao revogar ou fazer com que a prisão aconteça estaremos fazendo a história e abrindo mão de uma prerrogativa do Legislativo.” Na sessão, nessa quarta-feira, Renan ainda classificou a nota do PT como “oportunista e covarde” por ter abandonado o senador preso. Mas defendeu o voto fechado. Os senadores Reguffe (PDT-DF), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), entretanto, apresentaram requerimento reivindicando o voto aberto.
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Outro senador que teve um dia de revés foi Romário (PSB-RJ). Ele afirmou, em nota, que não tem conta em banco suíço nem firmou acordo para apoiar o pré-candidato do PMDB à Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Teixeira. As acusações foram feitas pelo advogado Edson Ribeiro, que defende o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Em trecho da conversa, em 4 de novembro e gravada de forma oculta por um terceiro participante, Delcídio afirma ter recebido o prefeito Eduardo Paes, Pedro Paulo (atual secretário municipal de Governo do Rio), Romário e o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Então o advogado Ribeiro comenta: “Fizeram acordo, né?” Delcídio responde: “Diz o Eduardo que fez”. “Foi Suíça”, afirma o advogado. “Tinha a conta realmente do Romário. Tinha dinheiro no banco que foi encontrado. ‘Tira, senão você vai preso”, continua Ribeiro.