Brasília - O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo preso ontem pela Polícia Federal, é um político habilidoso que tem servido a todos os governos da história recente do país, mas, curiosamente, ao ser detido ontem, estava tentando salvar a própria pele nos desdobramentos do escândalo da Petrobras. Hoje, ele assusta o Planalto como poucos personagens de Brasília. Filiado ao PT desde 2001, quando o partido desenhava a chegada ao poder com Luiz Inácio Lula da Silva, é considerado o mais tucano dos petistas. Por isso mesmo, o próprio partido jamais o defendeu explicitamente. O prestígio recente que Delcídio desfrutava se amparava no bom trânsito que tinha junto ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma Rousseff.
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Ele mantinha relações também com ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, de quem recebeu R$ 100 mil para sua campanha a governador do MS, que seria oriundo de propina, segundo investigações. Delcídio submerge, mas mantém um vínculo com Dilma por compartilharem conhecimentos sobre o setor energético. Aos poucos, foi se reaproximando de Lula. Tanto que nos diversos encontros mantidos pelo ex-presidente com a cúpula peemedebista do Congresso, Delcídio sempre esteve presente. .