Brasília - O senador Delcídiodo Amaral (PT-MS), preso na manhã dessa quarta-feira, 25, por tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato, passou a noite em uma sala especial na superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Hoje, o parlamentar recebeu a visita de seu advogado e deve prestar depoimento na própria superintendência. Como parlamentar, o petista possui a prerrogativa de ser mantido em sala especial.
Nesta manhã, Delcídio recebeu a visita do advogado Maurício Leite, que foi acompanhado por outros dois advogados para um primeiro contato com o parlamentar após a prisão.
Já o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, permanece na sede da Superintendência da PF no Rio de Janeiro. A prisão do executivo é temporária e tem duração máxima de cinco dias. Caso seja prorrogada ou transformada em prisão preventiva - sem data para acabar -, Esteves pode ser transferido para Brasília. Ontem, a defesa do banqueiro entrou com um pedido de revogação da prisão no Supremo Tribunal Federal.
Em conversas gravadas pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Esteves é apontado por Delcídio como um possível financiador do pagamento de vantagens indevidas à família do ex-dirigente da estatal. Nas conversas, o senador tentava comprar o silêncio de Cerveró para evitar menção a seu nome e ao nome do Banco BTG Pactual em um acordo de delação premiada.
O chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, também preso ontem, passou a noite em uma cela da superintendência da PF em Brasília. Já o advogado Edson Ribeiro, que também teve ordem de prisão decretada, foi localizado nos Estados Unidos e deve ser trazido a Brasília assim que os trâmites burocráticos para sua prisão forem realizados. Ele foi incluído na lista de "procurados" da Interpol com autorização do ministro Teori Zavascki.