Ao dizer pela primeira vez a expressão que se tornou uma espécie de bordão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não imaginava que o seu “nunca antes na história deste país” serviria para ilustrar tão bem o que acometeu aos principais nomes do partido desde 2003, quando a legenda, depois de várias tentativas, chegou ao comando do Palácio do Planalto. A tentativa de atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato, que levou à inédita prisão de um senador em pleno exercício do mandato, se soma a uma lista de acusações contra filiados ilustres do partido. Às voltas com a polícia e a Justiça desde meados de 2005, quando foi descoberto o esquema do mensalão, integrantes do PT já foram investigados ou condenados por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ativa, recebimento indevido de recursos e formação de quadrilha.
Como ele, também caiu no governo Lula o então ministro da Fazenda Antonio Palocci, suspeito de envolvimento na quebra do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos. Anos depois, em 2011, Palocci se viu obrigado a deixar o ministério da Casa Civil acusado de aumentar seu patrimônio 20 vezes em quatro anos. Outra ex-ministra da pasta envolvida em denúncias é a senadora Gleisi Hoffmann, acusada de ser uma das beneficiárias do esquema de corrupção investigado na Lava-Jato. Como ela, também estão na lista de investigados os senadores Lindbergh Farias e Humberto Costa.
Além do líder do governo no Senado Delcídio do Amaral, o PT também viu ser acusado de receber propina seu ex-líder na Câmara, Cândido Vaccareza. Até mesmo o atual líder na Câmara, José Guimarães, não está livre de uma mancha em seu passado. Foi um assessor dele que ficou famoso em 2005 ao ser preso com dólares na cueca em plena apuração do escândalo do mensalão. Ele ficou livre da acusação de envolvimento no episódio. O PT também teve um ex-presidente, dois tesoureiros e um secretário-geral no foco de investigações da PF.