Em depoimento prestado nessa quinta-feira (26), na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) negou ter tentado obstruir as investigações da Operação Lava-Jato. O líder do PT no Senado afirmou aos investigadores que ofereceu ajuda a Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, que está preso, por uma 'questão humanitária'. A oitiva durou quase quatro horas e, segundo a defesa do senador, ele respondeu a todas as perguntas e esclareceu o episódio no qual é acusado de obstruir a Justiça.
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As gravações foram feitas durante uma reunião com a presença do advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, do petista e do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira. No material encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), Delcídio discute um plano para evitar que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, pai de Bernardo, assinasse um acordo de delação premiada.
Confrontado com as gravações, Delcídio reconheceu que estava presente na reunião, mas, segundo o advogado, negou que tenha tentado dissuadir Cerveró de firmar um acordo de delação premiada. "Isso não ocorreu.
Após o depoimento, Delcídio conversou por quase duas horas com seus advogados para traçar a estratégia de defesa. “Estou muito confiante e confortável com o depoimento que foi prestado. Ele conseguiu esclarecer todos os questionamentos das autoridades”, afirmou Leite.
O senador está preso na carceragem da Polícia Federal (PF) em Brasília após decisão unânime da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Após a decisão do STF, o plenário do Senado decidiu manter a prisão de Delcídio. Em votação aberta, os senadores decidiram que o petista deverá ser mantido preso por 59 votos contra 13 e 1 abstenção.
Com Agência Brasil
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