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Estado de Minas

Advogado de Cerveró é preso ao chegar ao Rio de Janeiro

Edson Ribeiro era monitorado por policiais norte-americanos desde a quarta-feira passada (25), data que o STF decretou a prisão dele, do senador Delcídio do Amaral, do banqueiro André Esteves e do chefe de gabinete do parlamentar petista, Diogo Ferreira


postado em 27/11/2015 08:20 / atualizado em 27/11/2015 09:44

Edson Ribeiro (E) ao lado de Cerveró durante audiência publica, no ano passado, da Comissão Parlamentar de Inquerito (CPI) Mista da Petrobras, no Senado(foto: Jefferson Rudy/Agencia Senado - 10/09/14)
Edson Ribeiro (E) ao lado de Cerveró durante audiência publica, no ano passado, da Comissão Parlamentar de Inquerito (CPI) Mista da Petrobras, no Senado (foto: Jefferson Rudy/Agencia Senado - 10/09/14)

O advogado Edson Ribeiro foi preso na manhã desta sexta-feira ao desembarcar no Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, proveniente de um voo de Miami, nos Estados Unidos. Ribeiro teve a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após denúncia do Ministério Público Federal contra ele. O advogado é suspeiro de tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato juntamente com o líder do governo e senador Delcídio do Amaral (PT), o banqueiro e CEO do BTG Pactual, André Esteves, e o chefe de gabinete do parlamentar petista, Diogo Ferreira. Delcídio foi preso na quarta-feira (25). Também foram presos no mesmo dia Esteves e Ferreira.

Edson Ribeiro viajou sem escolta policial, uma vez que foi localizado e não preso na cidade americana. A Polícia Federal monitorou a compra da passagem. Um acordo da PF com a agência americana de imigração (ICE) permitiu o embarque para que a prisão ocorresse no Brasil. Edson Ribeiro viajou sozinho para o Rio e à princípio ficará preso na capital fluminense. O advogado foi levado para a sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Interpol


Ribeiro chegou a ter ao nome incluído na lista vermelha da Interpol, a pedido do STF, iniciativa conferida também a acusados de terrorismo. Com base em gravações feitas pelo filho do ex- diretor da Petrobras Nestor Cerveró, cliente de Ribeiro, a Procuradoria-Geral da República entendeu que o advogao passou a atuar em favor de Delcídio ao dissuadir Cerveró a firmar um acordo de delação premiada. Ou, caso o acordo fosse firmado, impedir que o ex-diretor da estatal petrolífera citasse o nome do parlamentar petista e do empresário André Esteves.

De acordo com o filho de Cerveró, Bernardo, a gravação da conversas, mantidas em um hotel em Brasília e gravadas em um iphone, só foram entregues ao Ministério Público porque ele desconfiou de Ribeiro. Bernardo suspeitou que o advogado estava "fazendo jogo duplo", com o único objetivo de atrapalhar a delação premiada do pai.

Delcídio prometeu R$ 50 mil mensais e rota de fuga para Cerveró se exilar na Espanha. O senador petista também teria prometido a Ribeiro, segundo o documento da Procuradoria-Geral da República, mais R$ 4 milhões em honorários advocatícios.

Questões humanitárias

Em depoimento prestado nessa quinta-feira (26), na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) negou ter tentado obstruir as investigações da Operação Lava-Jato.

O líder do governo no Senado afirmou aos investigadores que ofereceu ajuda a Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, que está preso, por uma 'questão humanitária'. A oitiva durou quase quatro horas e, segundo a defesa do senador, ele respondeu a todas as perguntas e esclareceu o episódio no qual é acusado de obstruir a Justiça.


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