O comando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na Câmara pressionará o pecuarista José Carlos Bumlai para que fale em depoimento ao colegiado marcado para as 14h30 desta terça-feira, 1.º.
A estratégia será mostrar para Bumlai que, se usar o direito constitucional de permanecer calado, será ainda mais atacado por integrantes da CPI. Nesta segunda-feira, 30, o juiz federal Sérgio Moro, que determinou a prisão preventiva dele, negou pedido da defesa para que o empresário fosse dispensado do testemunho.
Na sexta, os advogados de Bumlai pediram a dispensa do depoimento tanto a Moro como a Rotta, sob o pretexto de que o empresário usará o direito constitucional de ficar calado durante o testemunho. No pedido, a defesa alega que, diante do silêncio, a ida do pecuarista apenas trará gastos aos cofres públicos, sem contribuir para os trabalhos do colegiado.
Conforme apurou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a defesa tenta evitar a ida de Bumlai à Câmara por temer que o cliente seja execrado pelos deputados, mesmo em silêncio. Advogados sabem que sobretudo os deputados da oposição aproveitarão a presença do pecuarista para constrangê-lo com perguntas, principalmente sobre a relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Acusações
Apontado como amigo de Lula, Bumlai foi preso, preventivamente, na terça-feira, 24, na 21.ª fase da Operação Lava Jato. O pecuarista foi detido num hotel em Brasília, horas antes da oitiva que prestaria à CPI do BNDES. Na ocasião, Moro pediu desculpas ao presidente da CPI do BNDES na Câmara pela coincidência e pôs Bumlai à disposição da comissão.
Bumlai é investigado, entre outras coisas, por ter contraído empréstimo de R$ 12 milhões com o Banco Schahin. De acordo com investigadores, o dinheiro seria usado para pagar dívida de campanha de Lula e do PT. Bumlai também é acusado de ter contraído empréstimos de mais de R$ 500 milhões com o BNDES que não foram pagos.