Brasília - O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados vota hoje a admissibilidade do processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha, em mais um embate entre ele e o governo. Nessa segunda-feira (30), durante almoço com o vice-presidente Michel Temer, ele insinuou que pode dar andamento a processos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff a partir de hoje, alegando que o governo continua armando pela sua saída. Seria o caso da denúncia de que recebeu dinheiro de banco para aprovar medida provisória. Mas a expectativa é de que o parecer do relator, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), favorável à continuidade da análise, seja aprovado. Uma das incertezas é o voto dos três integrantes do PT no conselho, diante do reflexo que a decisão pode ter sobre os pedidos de impeachment. Após denúncia de que Cunha teria recebido R$ 45 milhões para beneficiar o BTG Pactual, opositores do peemedebista estudam novas medidas contra o parlamentar no conselho.
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Mulher de Jaques Wagner chama Cunha de 'corrupto' e defende sua cassaçãoDeputados do PT se reúnem para definir votação no Conselho de Ética do caso CunhaConselho só investigará novas suspeitas contra Cunha se for acionado Líder diz que PPS não negociará com Cunha voto em troca de impeachmentComeça sessão do Conselho de Ética para discutir parecer contra CunhaBancada do PT vota contra Cunha no Conselho de ÉticaSe for 'emparedado', Cunha solta impeachment, avalia deputado petistaConselho de Ética se reúne para votar parecer contra CunhaCunha vincula impeachment a voto de petistas no Conselho de ÉticaDeputados apontam para um cenário dividido no colegiado, que tem 21 titulares. Para que o processo avance, é necessária maioria simples (metade mais um) dos votos. Aliados do peemedebista sofrem pressão para tentar barrar a continuidade. Não é mais possível pedir vista, porque o recurso foi usado na última sessão, mas há possibilidade de tentar atrasar a reunião até que se inicie a ordem do dia em plenário, o que impossibilita votações em comissões. Se o parecer for aprovado, o Conselho notifica o acusado e se inicia o prazo de 10 dias para defesa. O colegiado tem até 90 dias úteis para encerrar o processo, contados a partir da instauração.
O PSOL consulta economistas sobre a justificativa apresentada por Cunha, para quem a emenda era contrária aos interesses dos bancos. “Pode se ter criado uma dificuldade para vender uma facilidade”, alerta o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). Documento encontrado na casa do chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Diogo Ferreira relacionaria Cunha e outros parlamentares com o recebimento de valores em troca de emenda favorável ao banco de André Esteves na MP 608/2013. Tanto o banqueiro quanto o senador e seu funcionário foram presos na quarta-feira acusados de obstruir as investigações da operação Lava-Jato.
Cunha negou com veemência a acusação, que classificou como armação do governo, acusando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. As duas emendas apresentadas por ele foram rejeitadas pela comissão especial que tratou do tema, porém uma foi acolhida parcialmente no relatório final do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). De acordo com o peemedebista, o tucano introduziu artigo que estabeleceu que o texto trataria de créditos para bancos que entrassem em liquidação a partir de 1º de janeiro de 2014, já a emenda dele excluía essa categoria.
“A minha emenda era contrária ao interesse que está sendo divulgado.
Já Michel Temer negou que Cunha tenha falado em armação durante o almoço dessa segunda-feira..