São Paulo - Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, afirmou em depoimento à Procuradoria-Geral da República que o advogado Edson Ribeiro, que atuava para sua família, lhe entregou R$ 50 mil em espécie durante uma reunião entre os dois. Segundo o filho de Cerveró, o criminalista disse que o dinheiro foi enviado pelo senador Delcídio do Amaral (PT/MS), ex-líder do governo na Casa. O parlamentar foi preso na quarta-feira, 25, por tentar barrar as investigações da Operação Lava Jato.
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Ao Ministério Público Federal, Bernardo Cerveró contou que Edson Ribeiro "sempre seguia prometendo um habeas corpus" para o pai, preso desde janeiro deste ano.
No depoimento, Bernardo Cerveró relatou o recebimento do dinheiro e disse ter ficado incomodado, "pois o que ele queria não era auxílio financeiro, menos ainda espúrio, e sim a liberdade de seu pai."
Nestor Cerveró e Fernando Baiano já foram condenados em processos na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. Em uma das ações, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato na primeira instância, impôs 12 anos e 3 meses de prisão para ex-diretor da Petrobras. O lobista pegou 16 anos. Em sua primeira condenação, Nestor Cerveró foi condenado a 5 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio.
O lobista deixou a cadeia, no Paraná, em 18 de novembro. Fernando Baiano ficou preso por 1 ano.
Defesa
O criminalista Nélio Machado, que defendeu Fernando Baiano até quando o lobista decidiu fazer delação premiada, afirmou que desconhece o pagamento de R$ 50 mil e a tratativa entre o advogado Edson Ribeiro e o filho de Nestor Cerveró em seu escritório. "Quando esse fato aconteceu eu não estive na sala onde eles estavam. Minha posição sempre foi de repúdio à delação premiada.
"Eu jamais participaria desse tipo de conversa. O Edson (Ribeiro) foi recebido por mim e o Bernardo é possível que tenha estado junto. Mas desconheço por completo essa tratativa", continuou o advogado. O criminalista não soube precisar a data do encontro realizado em seu escritório, no Rio..