Mesmo não sendo integrante do colegiado, a deputada federal Mara Gabrili (PSDB-SP) fez um longo discurso na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nesta terça-feira, 1, pedindo que o pecuarista José Carlos Bumlai ajude a esclarecer a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2012.
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Bumlai cumpre promessa e permanece calado ao ser questionado na CPI do BNDESTerrenos no ABC paulista ligam Bumlai a fornecedor de campanha do PTSTF concede a Bumlai direito de ficar calado na CPI do BNDESDeputado pede a Moro compartilhamento de evidências sobre caso Celso DanielPF indicia Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, por corrupção e gestão fraudulentaDefesa de Bumlai recorre ao STF com pedido de liberdadeSegundo Valério, o dinheiro teria sido repassado ao empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André, para que ele parasse de chantagear Lula e os ex-ministros Gilberto Carvalho e José Dirceu. Por trás das ameaças estaria a morte de Celso Daniel. O operador, contudo, disse que se recusou a interferir no caso.
Em sua fala, Mara Gabrili contou que seu pai, que era empresário do ramo de transportes em Sandro André, também foi ameaçado por Ronan Maria Pinto. "Queria dividir quem é Ronan Maria Pinto. Esse cara é dissimulado, criminoso e covarde", afirmou a parlamentar.
De acordo com a tucana, o empresário utiliza-se de seu jornal, o Diário do Grande ABC, para chantagear empresários da região. "Ele detona a pessoa no jornal e depois chama e pede dinheiro para parar de criticar", contou. Segundo a parlamentar, Ronan Maria Pinto chegava "truculentamente", jogava a arma em cima da mesa e pedia dinheiro a seu pai.
"Meu pai passou 10 anos doente por conta dele.
Em sua fala, a deputada acusou Ronan de ser "a pessoa que liga o caso Celso Daniel" aos casos de corrupção da Petrobras investigados pela Operação Lava Jato. "Ele (Ronan) recebeu dinheiro do petrolão que passou pelas suas mãos para calar a boca, porque tinha informação de quem assassinou Celso Daniel", disse.
Mara destacou que seu discurso era "um apelo" para que Bumlai ajudasse a esclarecer o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, para que o caso não fique "impune". Bumlai permaneceu calado. Oficialmente, a polícia concluiu que Celso Daniel foi vítima de "criminosos comuns", mas o Ministério Público sustenta que ele foi eliminado a mando do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra.
Segundo o MP, o crime foi motivado pelo fato de o ex-prefeito ter decidido dar um basta em amplo esquema de corrupção em sua administração depois que constatou que o dinheiro desviado não abastecia exclusivamente o caixa 2 do PT, mas estava sendo usado para enriquecimento de algumas pessoas..