A simples possibilidade de o Brasil voltar ao tempo do voto de papel – hipótese aventada na segunda-feira pela Justiça Eleitoral diante do contingenciamento de recursos pelo governo federal – mexeu com o imaginário dos eleitores da era eletrônica e trouxe lembranças aos antigos, que participaram do processo manual. Até a década de 1990, quando surgiram as primeiras urnas eletrônicas, as eleições eram cercadas de expectativa, tensão e até brigas e fraudes. O eleitor demorava dias para saber quem foi escolhido para os cargos que votou. A apuração era feita em grandes ginásios, acompanhada de perto pelos fiscais dos partidos, que muitas vezes se desentendiam.
Leia Mais
Novas urnas para 2016 custam menos que Fundo Partidário, diz Dias ToffoliDilma promulga projeto de lei que prevê impressão de voto de urna eletrônicaEleições funcionam bem com urna eletrônica, diz Fux em seminárioNão bastasse a demora habitual, em 1992 a eleição em Belo Horizonte teve duas contagens.
Na votação de papel, a criatividade dos brasileiros também proporcionou episódios engraçados. Em 1988, para manifestar insatisfação, os eleitores do Rio de Janeiro votaram no Macaco Tião, do zoológico municipal, para a prefeitura. Ele teria ficado em terceiro lugar no pleito. Em 1959, o rinoceronte Cacareco foi “eleito” vereador de São Paulo.
TRADIÇÃO O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Paulo Cézar Dias, disse ontem não acreditar na possibilidade de as eleições de 2016 serem feitas pelo sistema manual.