São Paulo, 02 - O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), recebeu sinais desde o início do dia de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderia deflagrar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
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Deputados do PT veem retaliação em decisão de Cunha e pretendem ir ao STFEduardo Cunha sobre o pedido de impeachment de Dilma: '' manifestações não foram em vão''Eduardo Cunha aceita pedido de impeachment contra presidente Dilma Ministros pressionam Michel Temer para declarar apoio a DilmaPMDB será fiel da balança no processo de impeachment de Dilma'Cunha escreveu certo por linha tortas', diz Reale Junior sobre impeachmentNunca em um mandato houve tantos pedidos para afastamento do presidente, destaca CunhaCunha não fez mais do que a obrigação, diz Hélio BicudoO estopim para Cunha foi o posicionamento da bancada petista de votar a favor da admissibilidade do processo contra ele por quebra de decoro parlamentar. Desde ontem, o Palácio do Planalto trabalhava para livrar Cunha do processo, que pode culminar com a cassação de seu mandato.
Oficialmente, Temer só tomou conhecimento da decisão de Cunha durante o anúncio. Entretanto, segundos interlocutores ligados ao vice-presidente, além dos sinais dados ao longo do dia, o posicionamento da bancada petista evidenciou que o peemedebista tomaria a decisão que ameaçava.
A avaliação é que o movimento dos deputados petistas deixou claro que o "partido abandonou Dilma". Ontem, o presidente do PT, Rui Falcão, orientou que os petistas fossem no sentido contrário do que desejava a presidente com relação a Cunha. O gesto contrariou apelos que ministros fizeram pessoalmente a Falcão e foi interpretado nos bastidores como um aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A visão é de que entre Dilma e Lula, o PT optou pelo Lula e abandonou Dilma", afirmou uma fonte..