Brasília - Preso na sede da Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) recebeu nessa terça-feira, 1, visita de políticos do Mato Grosso do Sul, seu reduto eleitoral. Nas conversas, avaliou que dificilmente conseguirá manter seu mandato após instaurado processo de quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado. "Não nasci senador e não vou morrer senador. Cumpri meu papel", disse o parlamentar, conforme relato do presidente estadual do PT no Estado, Antônio Carlos Biffi.
Leia Mais
STF autoriza abertura de terceiro inquérito contra Delcídio AmaralDecisão sobre perda de mandato de Delcídio deve ficar para 2016Delcídio está sob fogo cruzado e periga perder mandatoCardozo teria falado sobre possível decisão favorável a Odebrecht, diz DelcídioSenadores petistas recomendam suspensão de Delcídio do PTDefesa pede revogação de prisão de DelcídioA familiares, Delcídio nega que tenha dito que STF errou em seu caso"Ele está bem ciente das dificuldades que vai enfrentar. Mas, para ele, a filiação partidária e o mandato são coisas menores.
Além dele, também estiveram presentes no encontro, que durou cerca de uma hora, os deputados federais Vander Loubet (PT-MS), Zeca do PT (PT-MS) e Dagoberto (PDT-MS), além do prefeito de Jardim, Erney Cunha (PT).
A reunião ocorreu no mesmo dia em que os partidos Rede Sustentabilidade e PPS apresentaram ao Conselho de Ética do Senado pedido de investigação contra Delcídio. A iniciativa pode resultar na cassação do mandato do senador.
"O ano legislativo acaba no dia 22 e, se não me falha a memória, só o prazo para o Delcídio se defender é de dez a 15 dias. Tivemos vários processos anteriores. Nenhum caso foi decidido com menos de 60 dias", ressaltou o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA).
Ligado ao ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ele foi um dos que votaram pela liberação de Delcídio em sessão realizada no plenário do Senado na quinta-feira passada. "Eu não votei pela permanência dele na prisão. Não achei que era flagrante. E também achava que ele deveria ter tido o contraditório.
Expulsão
No encontro com lideranças políticas do Mato Grosso do Sul, Delcídio também minimizou a possibilidade de ser expulso do PT, medida defendida publicamente pelo presidente nacional da legenda, Rui Falcão. "Acho que o Rui errou, como errou o Supremo, como errou o Senado. Para mim tanto faz como tanto fez, se ele vai me expulsar ou não", destacou o senador, segundo Biffi. .