Brasília - O presidente nacional do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), afirmou nesta quinta-feira que, ao deflagrar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deverá ganhar votos a favor dele no Conselho de Ética da Casa.
O peemedebista é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar por ter mentido à CPI da Petrobras ao dizer não ter contas no exterior. Ministério Público da Suíça apontou Cunha como dono de conta bancaária naquele país. Cunha perdeu nessa quarta-feira o apoio dos três conselheiros do PT na Casa e, em retaliação, acatou pedido de afastamento da presidente.
"O processo do Eduardo agora ocorrerá com mais tranquilidade", afirmou. "Com o impeachment, Cunha ganhará votos de outras partes", afirmou Paulinho. Em entrevista coletiva, ele também defendeu que os presidentes da Câmara e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), suspendam o recesso parlamentar do final do ano, para que a comissão especial que analisará o processo de afastamento de Dilma possa trabalhar no período. Para ele, Renan e Cunha "têm obrigação de botar o Congresso para trabalhar" para ter um "Natal sem Dilma".
Pouco antes da entrevista de Paulinho, o presidente da Câmara afirmou, também em entrevista coletiva, que já conversou com Renan Calheiros sobre a suspensão do recesso. De acordo com Cunha, o presidente do Senado disse que iria esperar os próximos acontecimentos políticos antes de anunciar sua decisão. O peemedebista ressaltou que a decisão de ambos será tomada em conjunto. A suspensão do recesso precisa ser autorizada pelos presidentes das duas Casas legislativas.