Brasília, 03 - A escolha dos oito membros do PMDB que integrarão a comissão especial na Câmara dos Deputados que emitirá parecer sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff trouxe à tona mais uma vez a divergência na bancada do partido na Casa.
O líder da sigla, deputado Leonardo Picciani (RJ), sinalizou a correligionários que deverá indicar peemedebistas pró-governo para o colegiado. Parlamentares da ala pró-impeachment, contudo, não gostaram da sinalização e tentam convencer Picianni a também contemplar deputados com posicionamento contrário ao Planalto.
Segundo apurou o Broadcast Político, Picciani afirmou a deputados do PMDB que usará sua "prerrogativa de líder" para indicar os integrantes do partido no colegiado. "Pedimos a ele que, como tem um partido dividido, contemple todas as posições na indicação", relatou um peemedebista.
Parlamentares pró-impeachment argumentam que, ao contemplar todas as alas, o líder conseguirá unir a bancada na Câmara, o que poderá ajudá-lo em uma eventual candidatura à Presidência da Casa, caso o atual presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seja cassado.
"Se ele indicar só quem ele quiser, vai ser ruim para ele quando quiser disputar a Presidência da Câmara. É muito melhor chegar à disputa com apoio de toda a bancada", afirmou um deputado. Procurado, Picciani não comentou as divergências e disse que apresentará na segunda-feira suas indicações.
Os 26 partidos com representação na Câmara têm até 14 horas da próxima segunda-feira, 7, para indicar seus membros. Eles serão eleitos durante sessão extraordinária convocada por Cunha para 18 horas do mesmo dia. O colegiado deve ser instalado na terça-feira, 8.