Lisboa - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considerou a reação do mercado financeiro à aceitação do pedido de impeachment
da presidente Dilma Rousseff como um sinal de preferência dos agentes econômicos pelo afastamento da petista. "Eu vi que o mercado reagiu subindo, o que significa que prefere que haja o impeachment", afirmou o ex-presidente na noite de quinta-feira, 3, em Lisboa, onde participa nesta sexta-feira da abertura de um debate sobre o futuro mundial na Fundação Champalimaud.
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Para Serra, Temer seria nome para fazer 'união nacional'Nós apoiamos a proposta do impeachment, isso não é golpe, diz AécioPezão vai reunir governadores da base de Dilma contra impeachmentOposição define na terça-feira se apoia recesso parlamentar, diz AécioDilma está muito tranquila sobre impeachment, diz presidente argentinoRede de Marina estuda nova ação de impugnação de Dilma e Temer no TSEDilma diz que fará defesa de mandato com todos instrumentos do Estado democráticoNa opinião de FHC, a ação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de acatar o pedido de afastamento de Dilma enseja "um grande debate sobre a viabilidade política" do impeachment. "Também é preciso discutir com a população", afirmou o tucano. Para ele, "se o sentimento se generalizar, a presidente terá muita dificuldade de evitar o impeachment".
Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique disse que seu partido votará a favor do impedimento de Dilma porque o pedido de abertura do processo tem como um dos autores o jurista Miguel Reale Júnior, que foi ministro da Justiça de sua gestão e também um dos advogados que fundamentou uma ação do PSDB contra a petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Acho que provavelmente a votação (do PSDB) será favorável ao impeachment."
Em março deste ano, o tucano disse que o eventual afastamento da presidente não adiantaria nada. "Tirar a presidente da República não adianta nada.
Em outra ocasião, após os protestos contra a presidente em todo o País em 16 de agosto, FHC foi mais incisivo disse em texto postado em seu perfil no Facebook que "conchavos de cúpula" não devolvem legitimidade ao governo que, por isso, não consegue conduzir o País. Sem defender abertamente a renúncia, Fernando Henrique afirmou que Dilma precisaria de um "gesto de grandeza", como a renúncia ou assumir seus erros, para recuperar sua capacidade de governar.
"Se a própria Presidente não for capaz do gesto de grandeza - renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional -, assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lava Jato. Até que algum líder com força moral diga, como o fez Ulysses Guimarães, com a Constituição na mão, ao Collor: você pensa que é presidente, mas já não é mais", dizia a postagem..