Brasília – A ex-senadora Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, afirmou ontem que seu partido vai participar da comissão especial que vai discutir o impeachment da presidente Dilma Rousseff com total isenção e autonomia. “O pedido de impeachment não é golpe. Está previsto na Constituição”, afirmou. “Nós apoiamos totalmente as investigações. Entendemos que a Operação Lava-Jato está desmontando um caso de corrupção que tem na sua origem os partidos que compõem o governo: o PT, PMDB e PP.”
Marina acredita, porém, que ainda não há razões suficientes para afastar a presidente no texto acolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “A Rede compreende que é insuficiente. O processo já está contaminado pela acusação de chantagem por parte do governo, do vice-presidente e pela tentativa de barganha da oposição. Ambos queriam blindar o Cunha”, afirmou.
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Marina disse que o país está em estado de insolvência em relação às finanças públicas e citou como exemplo o fato de o governo ter aprovado na quarta-feira a revisão da meta fiscal no Congresso. A medida permite que o Executivo faça um déficit de até R$ 120 bilhões este ano. Para a ex-senadora, “estamos num poço sem fundo”.
Conselho de Ética
O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), defende que, caso se decida pelo funcionamento da comissão para analisar pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff durante o recesso, o colegiado que comanda também funcione neste período. A reunião do conselho que vai votar a admissibilidade do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está marcada para terça-feira. “Não tem sentido funcionar a comissão e o conselho ficar parado. O que não pode é andar um e não andar o outro. É um caso também de interesse nacional”, disse Araújo.
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