São Paulo – Logo após o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciar, ontem, a suspensão na reorganização das escolas estaduais, o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, pediu demissão do cargo que ocupava desde 2011. O recuo do tucano ocorreu em meio a uma série de protestos, ocupações dos colégios por estudantes e queda em sua popularidade. A decisão de recuar teria sido tomada pelo governador sem o aval de Voorwald.
Alckmin agora diz que 2016 será um ano para “aprofundar o diálogo” sobre o novo plano de educação. “Recebi e respeito a mensagem dos estudantes e dos familiares, com suas dúvidas e preocupações. Nossa decisão é de adiar a reorganização”, afirmou o governador, que, no pronunciamento, citou o papa Francisco, que afirma preferir o diálogo à violência.
A saída de Voorwald decorre da avaliação de que ele não soube conduzir a discussão em torno do projeto, que acabou se transformando no maior desgaste político do governador em 2015. O secretário não teria conseguido emplacar a tese de que as manifestações tinham cunho político e partidário. Ele teria, ainda, apresentado ao Palácio dos Bandeirantes avaliações imprecisas sobre o cenário e demonstrado dificuldades de estabelecer pontes de diálogo com os líderes do movimento para desmobilizar as ocupações.
A avaliação entre os tucanos paulistas é que a resistência ao processo de reorganização e as ocupações vinham causando um desgaste a Alckmin maior até que a crise hídrica. Segundo a pesquisa Datafolha divulga ontem, seis em cada 10 paulistas são contra a reorganização e 55% dos entrevistados apoiam as ocupações. O levantamento também revelou que Alckmin nunca enfrentou uma rejeição tão alta: 40% dos entrevistados classificam a gestão como regular, 30% como ruim e péssima e apenas 20% como ótima e boa.
A suspensão das mudanças foi também uma derrota direta de Voorwald, que anunciou o plano às vésperas do fim do ano letivo. Na quinta-feira, ele foi retirado pelo governador do comando das negociações com os alunos – função entregue ao secretário da Casa Civil, Edson Aparecido.
A reorganização das escolas, publicada em decreto, previa que 754 escolas passariam a ter apenas um ciclo de ensino no ano que vem (anos iniciais, finais do fundamental ou o médio). Segundo o plano, 92 escolas estaduais seriam fechadas e cerca de 300 mil alunos seriam transferidos. O argumento é de que o projeto provocaria melhora nos indicadores educacionais.
PROTESTO Ontem, antes do anúncio, estudantes secundaristas ganharam o apoio dos universitários da USP durante protesto que bloqueou ruas e avenidas no Centro capital paulista. Eles foram recebidos por uma chuva de bombas lançadas por policiais do Batalhão de Choque da PM. Uma das críticas de especialistas e estudantes é que o governo não havia realizado discussões sobre o projeto antes de anunciá-lo. A Anistia Internacional condenou em nota o que classificou de “crescente repressão às manifestações pacíficas” e “uso excessivo da força pela Polícia Militar” contra os estudantes.
Alckmin agora diz que 2016 será um ano para “aprofundar o diálogo” sobre o novo plano de educação. “Recebi e respeito a mensagem dos estudantes e dos familiares, com suas dúvidas e preocupações. Nossa decisão é de adiar a reorganização”, afirmou o governador, que, no pronunciamento, citou o papa Francisco, que afirma preferir o diálogo à violência.
A saída de Voorwald decorre da avaliação de que ele não soube conduzir a discussão em torno do projeto, que acabou se transformando no maior desgaste político do governador em 2015. O secretário não teria conseguido emplacar a tese de que as manifestações tinham cunho político e partidário. Ele teria, ainda, apresentado ao Palácio dos Bandeirantes avaliações imprecisas sobre o cenário e demonstrado dificuldades de estabelecer pontes de diálogo com os líderes do movimento para desmobilizar as ocupações.
A avaliação entre os tucanos paulistas é que a resistência ao processo de reorganização e as ocupações vinham causando um desgaste a Alckmin maior até que a crise hídrica. Segundo a pesquisa Datafolha divulga ontem, seis em cada 10 paulistas são contra a reorganização e 55% dos entrevistados apoiam as ocupações. O levantamento também revelou que Alckmin nunca enfrentou uma rejeição tão alta: 40% dos entrevistados classificam a gestão como regular, 30% como ruim e péssima e apenas 20% como ótima e boa.
A suspensão das mudanças foi também uma derrota direta de Voorwald, que anunciou o plano às vésperas do fim do ano letivo. Na quinta-feira, ele foi retirado pelo governador do comando das negociações com os alunos – função entregue ao secretário da Casa Civil, Edson Aparecido.
A reorganização das escolas, publicada em decreto, previa que 754 escolas passariam a ter apenas um ciclo de ensino no ano que vem (anos iniciais, finais do fundamental ou o médio). Segundo o plano, 92 escolas estaduais seriam fechadas e cerca de 300 mil alunos seriam transferidos. O argumento é de que o projeto provocaria melhora nos indicadores educacionais.
PROTESTO Ontem, antes do anúncio, estudantes secundaristas ganharam o apoio dos universitários da USP durante protesto que bloqueou ruas e avenidas no Centro capital paulista. Eles foram recebidos por uma chuva de bombas lançadas por policiais do Batalhão de Choque da PM. Uma das críticas de especialistas e estudantes é que o governo não havia realizado discussões sobre o projeto antes de anunciá-lo. A Anistia Internacional condenou em nota o que classificou de “crescente repressão às manifestações pacíficas” e “uso excessivo da força pela Polícia Militar” contra os estudantes.