Brasília - A votação da convocação extraordinária do Congresso no recesso de fim de ano servirá como espécie de uma prévia para a aprovação ou não do impeachment da presidente Dilma Rousseff, segundo avaliação de deputados. O Palácio do Planalto tem defendido celeridade na análise do pedido de afastamento da presidente, mas, para que isso aconteça, é necessário que os parlamentares trabalhem entre 23 de dezembro e 17 de fevereiro. Com a oposição ferrenha do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-SP), o governo espera contar com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para barrar o impeachment. Dilma pode pedir a convocação, que precisa ser aprovada por maioria absoluta da Câmara, por 257 votos a favor, e do Senado, por 42, o que seria um termômetro da adesão ao governo. Diante do risco de derrota na votação, o núcleo duro do governo ainda hesita sobre a convocação extraordinária. Segundo um auxiliar da presidente, a ideia ainda está em fase de “amadurecimento”.
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Sociedade civil se organiza a favor e contra impeachment de DilmaImpeachment dependerá do futuro de Cunha na Câmara, dizem cientistas políticosO governo acredita que durante o período de festas de fim de ano e de férias escolares, não haverá manifestações de rua.
PMDB Para garantir uma das oito vagas a que têm direito na comissão especial que decidirá pela abertura ou não do impeachment, deputados do PMDB têm evitado se posicionar sobre o apoio ou não ao impedimento da petista. A intenção é transmitir uma imagem de neutralidade e evitar qualquer tipo de censura ou resistência das alas divergentes do partido. Diante da pressão de parlamentares contra e a favor da continuidade do mandato de Dilma, o líder da legenda, Leonardo Picciani (RJ), só fechará a lista de indicados no limite para protocolar os nomes, às 14h de amanhã.
Investida no supremo
Diante dos sinais de resistência do Supremo Tribunal Federal de barrar o processso de impeachment, o governo investirá numa ação que tem por objetivo deixar nas mãos do Senado uma eventual decisão sobre o afastamento provisório de Dilma.
O Planalto aposta na ação do PCdoB porque fracassaram na semana passada os dois mandados de segurança apresentados por deputados governistas para anular a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na quarta-feira, ele admitiu um dos pedidos de impeachment da presidente. Ao menos cinco ministros do STF já sinalizaram que a Corte pretende, por enquanto, evitar interferências no processo na Câmara. O partido alega que o STF precisa deixar claros a forma e o modo como o Congresso deve cumprir todas as fases da acusação de crime de responsabilidade da presidente. Isso porque a lei do impeachment, de 1950, não foi atualizada conforme a Constituição de 1988.
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