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Estado de Minas

Com Cunha na Câmara, Planalto aposta todas as fichas no Senado

Diante da oposição ferrenha de Eduardo Cunha na Câmara, Planalto joga suas fichas no presidente da Casa, Renan Calheiros, e no STF para tentar barrar impeachment de Dilma


postado em 06/12/2015 06:00 / atualizado em 06/12/2015 07:59

(foto: Jefferson Rudy/Agencia Senado )
(foto: Jefferson Rudy/Agencia Senado )

Brasília - A votação da convocação extraordinária do Congresso no recesso de fim de ano servirá como espécie de uma prévia para a aprovação ou não do impeachment da presidente Dilma Rousseff, segundo avaliação de deputados. O Palácio do Planalto tem defendido celeridade na análise do pedido de afastamento da presidente, mas, para que isso aconteça, é necessário que os parlamentares trabalhem entre 23 de dezembro e 17 de fevereiro. Com a oposição ferrenha do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-SP), o governo espera contar com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para barrar o impeachment. Dilma pode pedir a convocação, que precisa ser aprovada por maioria absoluta da Câmara, por 257 votos a favor, e do Senado, por 42, o que seria um termômetro da adesão ao governo. Diante do risco de derrota na votação, o núcleo duro do governo ainda hesita sobre a convocação extraordinária. Segundo um auxiliar da presidente, a ideia ainda está em fase de “amadurecimento”.

O Planalto não quer ser o condutor do processo, por isso espera que os presidentes Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da Câmara, e Renan Calheiros (PMDB-AL), do Senado, se entendam e peçam conjuntamente para o Congresso trabalhar no recesso. Aliados de Cunha são contra a convocação. Renan ainda não sinalizou sua posição. Na noite de quinta-feira, , ele esteve com Dilma, mas não deu detalhes sobre a conversa nem a assessores próximos. “Hoje, a tendência é ele (Renan) ficar ao lado de Dilma. Contudo, até o fim de dezembro, ainda muita coisa pode acontecer”, contou um auxiliar do presidente do Senado. Renan passará os próximos dias ouvindo empresários, banqueiros e aliados para sentir o ânimo sobre o impeachment. O mais provável é que ele tome uma decisão a favor ou contra o recesso somente em meados de dezembro. Em relação ao impeachment, a postura do presidente do Senado deverá ser similar. Esperará até o último momento para embarcar ou não na tese de afastamento.

O governo acredita que durante o período de festas de fim de ano e de férias escolares, não haverá manifestações de rua. Deputados governistas ainda calculam que, durante a convocação extraordinária, a oposição terá mais dificuldade para reunir apoio suficiente para derrotar o governo na comissão especial em favor do impeachment. Na quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, havia defendido a convocação extraordinária do Congresso. Quase que imediatamente, a oposição reagiu. O presidente do PSDB, Aécio Neves, declarou ser a favor do recesso. “Talvez o recesso seja um momento para os parlamentares se encontrarem com as suas bases”, defendeu.

PMDB Para garantir uma das oito vagas a que têm direito na comissão especial que decidirá pela abertura ou não do impeachment, deputados do PMDB têm evitado se posicionar sobre o apoio ou não ao impedimento da petista. A intenção é transmitir uma imagem de neutralidade e evitar qualquer tipo de censura ou resistência das alas divergentes do partido. Diante da pressão de parlamentares contra e a favor da continuidade do mandato de Dilma, o líder da legenda, Leonardo Picciani (RJ), só fechará a lista de indicados no limite para protocolar os nomes, às 14h de amanhã.

Investida no supremo

Diante dos sinais de resistência do Supremo Tribunal Federal de barrar o processso de impeachment, o governo investirá numa ação que tem por objetivo deixar nas mãos do Senado uma eventual decisão sobre o afastamento provisório de Dilma. A esperança do Planalto está sob a relatoria do ministro do STF Edson Fachin em uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, ação apresentada pelo PCdoB com apoio do Planalto. A peça tem como finalidade deixar claro que cabe ao Senado instaurar o processo contra o presidente da República. Conforme o argumento da peça, mesmo que a Câmara aprove em plenário a abertura do impeachment, a decisão de afastá-la de suas funções por 180 dias terá de ser submetida à votação dos senadores. No Senado, por ora, Dilma tem uma base aliada mais confiável do que na Câmara.

O Planalto aposta na ação do PCdoB porque fracassaram na semana passada os dois mandados de segurança apresentados por deputados governistas para anular a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na quarta-feira, ele admitiu um dos pedidos de impeachment da presidente. Ao menos cinco ministros do STF já sinalizaram que a Corte pretende, por enquanto, evitar interferências no processo na Câmara. O partido alega que o STF precisa deixar claros a forma e o modo como o Congresso deve cumprir todas as fases da acusação de crime de responsabilidade da presidente. Isso porque a lei do impeachment, de 1950, não foi atualizada conforme a Constituição de 1988.


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