A votação da convocação extraordinária do Congresso no recesso de fim de ano servirá como espécie de uma prévia para a aprovação ou não do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A avaliação é de deputados ouvidos pela reportagem. O Palácio do Planalto tem defendido celeridade na análise do pedido de afastamento da presidente, mas, para que isso aconteça, é necessário que os parlamentares trabalhem entre 23 de dezembro e 17 de fevereiro.
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Marina defende que Congresso suspenda recesso para analisar caso de Dilma e CunhaPresidente do Conselho de Ética pedirá que colegiado também funcione no recessoPosição do governo faz PSDB na Câmara mudar e defender manutenção do recessoRecesso parlamentar depende da LDORenan avalia alternativa para evitar recesso sem 'sacrificar' LDODiante do risco de derrota na votação, o núcleo duro do governo ainda hesita sobre a convocação extraordinária. Segundo um auxiliar da presidente, a ideia ainda está em fase de “amadurecimento”.
O Planalto não quer ser o condutor do processo, por isso espera que os presidentes Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da Câmara, e Renan Calheiros (PMDB-AL), do Senado, se entendam e peçam conjuntamente para o Congresso trabalhar no recesso. Aliados de Cunha são contra a convocação. Renan ainda não sinalizou sua posição.
Na noite de quinta-feira, ele esteve com Dilma, mas não deu detalhes sobre a conversa nem a assessores próximos. “Hoje a tendência é ele (Renan) ficar ao lado de Dilma. Contudo, até o fim de dezembro, ainda muita coisa pode acontecer”, contou um auxiliar do presidente do Senado.
Renan passará os próximos dias ouvindo empresários, banqueiros e aliados para sentir o ânimo sobre o impeachment.
Argumentos
O Planalto prefere acelerar a votação do impeachment, pois avalia ter os votos necessários para barrar o afastamento da presidente. Além disso, o governo também aposta que, durante o período de festas de fim de ano e de férias escolares, não haverá manifestações de rua.
Por fim, deputados governistas ainda calculam que, durante a convocação extraordinária, a oposição terá mais dificuldade para reunir apoio suficiente para derrotar o governo na comissão especial em favor do impeachment.
Na quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, havia defendido a convocação extraordinária do Congresso. Quase que imediatamente, a oposição reagiu. O presidente do PSDB, Aécio Neves, declarou ser a favor do recesso. “Talvez o recesso seja um momento para os parlamentares se encontrarem com as suas bases”, defendeu.
Apesar da posição de Aécio, o DEM, por ora, é contra a realização do recesso.