O ministro demissionário da Aviação Civil, Eliseu Padilha, irá se reunir nesta segunda-feira, 7, com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, para comunicar pessoalmente ao governo sua decisão de entregar o cargo. Apesar de o governo ainda esperar uma conversa com Padilha, o cargo dele já estaria em negociação. O líder do governo na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), já teria recebido a tarefa de indicar nomes para a vaga.
Picciani nega a oferta, mas admite que, se for procurado, irá atender ao apelo do governo. "Em nenhum momento, a Dilma fez o convite à bancada para indicar. Se ela vier a fazer, nós debateremos com a bancada. A bancada de Minas Gerais é importante e pode desempenhar bem essa função", sugeriu.
Na última quinta-feira, 3, ele protocolou uma carta de demissão na Casa Civil, mas a presidente Dilma Rousseff disse sábado no Recife (PE) que não tinha conhecimento.
"Eu não recebi nenhuma comunicação do ministro e ainda conto com sua permanência", disse Dilma, que foi à capital pernambucana para se reunir com autoridades discutir ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti. "Não sei se ele tomou uma decisão definitiva porque não conversou comigo. Aguardo. Não tomo posição sobre coisas que não consigo entender inteiramente", complementou a presidente.
A decisão de Padilha de deixar o governo ocorre em meio ao início da discussão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso e foi interpretada no Palácio do Planalto como o primeiro passo para o descolamento do vice e o desembarque do PMDB da equipe. Padilha é um dos principais aliados do vice-presidente Michel Temer, que tem se aproximado do PSDB.