Brasília – A interrupção do mandato de um presidente eleito pelas urnas não é novidade na história da América Latina. Além do senador Fernando Collor de Mello, em 1992, após dois anos de mandato, ao menos outros 10 foram depostos ou forçados a renunciar desde 1990. Cada um deles sob motivos e cenários diversos. O primeiro a ser destituído na década de 1990, Collor foi alvo do processo de impeachment acusado de receber dinheiro arrecadado de forma ilícita pelo ex-tesoureiro de campanha Paulo César Farias. O ex-presidente chegou a renunciar, mas o Congresso decidiu manter o impedimento. Diante do processo, Collor passou oito anos inelegível.
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