Brasília - A possibilidade de o país parar por uns meses e a instabilidade política gerada pelo processo de impeachment preocupa representantes de setores estratégicos no país, entre eles, educação, saúde e meio ambiente. O clima de apreensão maior está na saúde por causa da necessidade de se controlar a proliferação do Aedes aegypti em todo o país. Além da dengue e da chikungunya, o mosquito é vetor de transmissão da febre zika, que está provocando uma geração de bebês com microcefalia, especialmente, no Nordeste brasileiro. O presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Gastão Wagner, defende que o processo de impedimento da presidente não pode interferir nas ações do Ministério da Saúde, pois a pasta é o motor do Sistema Único de Saúde e a situação já está grave o suficiente. Wagner ressalta que há uma certa autonomia de custeio nos pagamentos aos hospitais, mas ele teme uma irregularidade nos repasses dos ministérios da Fazenda e do Planejamento. “Já está complicado em relação a novos investimentos e expansão da rede, mas não é concebível que a pasta até a crise política acabar, porque o dano à sociedade é muito grande.”
Leia Mais
Integrantes da comissão do impeachment serão definidos hoje Sociedade civil se organiza a favor e contra impeachment de DilmaProcesso de impeachment gera instabilidade na economiaImpeachment de presidentes na América Latina não é novidadePT e PMDB avaliam abrir mão de presidir Comissão Especial do impeachmentAnálise de contas vira arma de CunhaPresidente busca manter agenda intensa durante a criseGoverno e oposição procuram setor produtivo, que pede decisão rápida sobre impeachmentEspecialistas também temem que aconteça um retrocesso na educação. O professor da Universidade Católica de Brasília Célio da Cunha comenta que, nos últimos anos, o setor teve uma evolução em termos de orçamento e obteve muitas conquistas com programas como o Ciência sem Fronteiras e o Pronatec. “Toda essa crise afeta esses programas e iniciativas que estavam contribuindo com o desenvolvimento da educação. Até superarmos isso, tudo fica prejudicado.”.