O primeiro e decisivo passo para a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) será dado hoje em Brasília: a escolha dos 65 nomes que integrarão a comissão especial encarregada de emitir parecer sobre o afastamento da petista. Se de um lado, o governo federal luta para conseguir emplacar aliados no grupo, do outro, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), articula para ter o controle da comissão. Terão lugar no grupo 26 partidos, dos quais PT e PMDB terão o maior número de representantes, com oito cada. Até ontem, apenas 14 parlamentares haviam sido indicados por suas legendas. O prazo para as indicações termina às 14h de hoje e às 18h haverá uma sessão extraordinária no plenário da Câmara para confirmar a chapa com as indicações de 65 titulares e seus suplentes. Amanhã, os integrantes terão a primeira reunião, quando escolherão, em votação secreta, o presidente e o relator. No mesmo dia, o Conselho de Ética da Câmara tem novo encontro para discutir a abertura do processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. O peemedebista é acusado de ter recebido propina em negociação de contrato da Petrobras.
O Solidariedade, partido de oposição, já escolheu dois integrantes no grupo: o líder Arthur Maia (BA) e o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), ambos defensores do impeachment. O PSOL, que também faz oposição ao governo, escolheu Ivan Valente (RJ). No entanto, a legenda já anunciou que votará contra o processo. O representante do PMN será Antônio Jacome (RN). O PPS indicou Alex Manente (SP). O PDT indicou Afonso Motta (PDT-RS) e Dagoberto Nogueira Filho (MS). Os indicados do PRB são Jhonatan de Jesus (RR) e Vinicius Carvalho (SP). Sarney Filho (MA) atuará na comissão pelo PV. (Com agências)