O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, 7, em evento organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) com movimentos sociais, líderes políticos e sindicais, em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff e contra o impeachment, que não há base jurídica e nem política para o impedimento da afilhada política e que esse movimento é baseado no ódio e no preconceito.
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"Não temos de ver o vagão onde estamos; temos primeiro de colocar o trem nos trilhos e depois ver o vagão onde queremos estar', exemplificou. Na defesa de Dilma, Lula disse que não é possível permitir "um golpe de Estado como o impeachment", apesar de considerar esse instrumento legítimo, quando, de acordo com ele, há razões que o justifiquem, o que o ex-presidente afirma acreditar não ser o caso nessa oportunidade.
Lula cobrou do governo e dos aliados no Congresso que façam uma espécie de contabilidade de votos diária para assegurar maioria absoluta em todas as votações. "Para não sermos pegos de surpresa", justificou. Na defesa do legado petista no governo, o ex-presidente disse que o partido fez mais em 12 anos do que a oposição em um século.
Dificuldades
Nas críticas aos opositores, afirmou que eles ainda não desceram do palanque, numa referência à derrota do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no segundo turno das eleições presidenciais de 2014, contra Dilma. Mesmo com a defesa do modo petista de governar, Lula admitiu que o País atravessa um momento de dificuldade, em que é preciso discutir a recuperação da economia do País.
O ex-presidente destacou, contudo, que, se existem obstáculos, também há possibilidade de retomada com a presidente no comando e não com Aécio ou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ex-presidente voltou a dizer que a discussão do impeachment pelos opositores só pode ser ódio, inveja, maldade ou má-fé.
Lula, que viaja para a Europa nesta terça-feira, 8, para se reunir com líderes de esquerda de países como Alemanha, França e Espanha, pediu que os grupos contrários ao impeachment de Dilma continuem mobilizados, mesmo com ele fora do País. Lula retorna sábado, 12, e a presidente deve receber os líderes desses movimentos esta semana, em Brasília..