O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou nesta segunda-feira que o governo vai se concentrar em defender a presidente Dilma Rousseff do processo de impeachment no Congresso e deixar para recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) somente como último recurso. A declaração foi dada após um encontro com juristas que defendem que não há fundamento para afastar Dilma do cargo.
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Cardozo teria falado sobre possível decisão favorável a Odebrecht, diz DelcídioComissão de Ética da Presidência arquiva processo contra CardozoCardozo extingue órgão criado por Thomaz BastosAdams diz que governo já prepara defesa que será entregue ao CongressoAté agora, coube a deputados governistas entrarem com mandados de segurança no STF para anular a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que na quarta-feira, 2, admitiu um dos pedidos de impeachment contra a presidente.
A avaliação do Palácio do Planalto é que está na hora de demonstrar força e reorganizar a base aliada e deixar a ação no Supremo como uma última cartada.
Após o encontro com juristas, Cardozo voltou a defender que o pedido de impeachment contra Dilma é "inconstitucional e ilegal". "Não existe pacificação nem unidade nacional fora da legalidade. Pensar que fora da lei vamos encontrar uma saída para crise é um erro grosseiro", afirmou.
O ministro também minimizou o fato de o vice-presidente Michel Temer (PMDB), um dos maiores especialistas em Direito Constitucional do País, não ter participado do encontro. Segundo ele, não há "nenhum contratempo" na relação do vice com Dilma. "Os pareces têm de ser feitos por terceiros, por juristas que não integram o governo", disse.
Cardozo também evitou criar polêmica em torno da decisão do ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), um dos principais aliados de Temer, de deixar o governo. Segundo o ministro da Justiça, a demissão ainda não foi formalizada. O peemedebista fará um anúncio à imprensa às 17h desta segunda-feira..