Em entrevista concedida, nesta segunda-feira logo após oficializar o desembarque do governo, o agora ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha informou que o vice-presidente da República, Michel Temer, iniciou um levantamento para verificar o posicionamento da maioria do PMDB em relação ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, apesar das movimentações, Temer e ele não serão "articuladores" do processo de afastamento da petista.
"O PMDB é um partido que está literalmente dividido nesta questão (do processo de impeachment). O presidente Michel só é presidente por todo esse tempo porque ele soube conviver com essas várias divisões e eu tenho que ter a posição igual a dele. Temos que ver qual é a posição majoritária do partido neste momento. O presidente Michel está iniciando essa aferição", ressaltou Padilha, considerado como braço direito do vice-presidente.
Padilha se esquivou ao ser questionado se ele e Michel Temer deverão trabalhar "efetivamente" contra o afastamento da petista. "O presidente Michel Temer é presidente do partido há mais de uma década e ser presidente do PMDB há mais de uma década é um negocio que não é muito fácil politicamente. Se ele não tomou até agora nenhuma decisão, não fez nenhuma manifestação neste sentido é porque está aferindo o que o partido está pensando e querendo", ressaltou.
Mesmo que a maioria do partido opte por apoiar o impeachment, Padilha afirmou que ele e Temer não vão atuar junto as bancadas do Congresso em favor do processo. "O presidente Michel não será articulador do impeachment. Portanto, eu não serei".