Brasília – Não bastassem todos os problemas enfrentados pelo governo da presidente Dilma Rousseff – com a deflagração do processo de impeachment e a continuidade das investigações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) –, uma nova derrota se desenha esta semana para a presidente. Está na pauta desta quarta-feira (9) do Tribunal de Contas da União (TCU) a análise do recurso do Planalto no processo das pedaladas fiscais de 2014, que deve referendar a condenação da prática, considerada pelos ministros como uma infração grave à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
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TCU analisará recurso governista no processo das pedaladas fiscaisTCU reelege Aroldo Cedraz e seu vice Raimundo Carreiro para comando da corteRelator do TCU nega recurso do governo em análise das pedaladas fiscaisTCU deve abrir prazo para governo apresentar proposta de pagamento, diz BarbosaPara presidente do PMDB do Rio, partido deve chegar ao Planalto 'pelo voto'CGU publica norma sobre prestação de contas da Presidência da República“A decisão do plenário pode levar a derrota, que, aliás, considerando os precedentes, acho até provável. Mas isso não me causa espécie. Ainda está pendente o julgamento das responsabilidades, o que, em última hipótese, será levado à Justiça”, afirmou Adams.
O relator do recurso do Planalto no TCU, Vital do Rêgo, foi senador pelo PMDB antes de assumir o cargo no tribunal. Ele deu indicações internas de que seguirá, em seu voto, a visão da área técnica do TCU. Neste sentido, o governo perderá. O relator, que deve ser seguido pelos colegas, vai reforçar o entendimento do tribunal dado em abril.
A decisão desta quarta-feira (9) será o penúltimo passo para o fim do processo das pedaladas, que deve ocorrer somente em 2016, com a atribuição de responsabilidade dos 17 envolvidos. O TCU pode decidir pela inabilitação para o serviço público de autoridades do governo, o que exigiria a demissão imediata dos citados.
TSE
Na sexta-feira, o TSE publicou a decisão do plenário, tomada em outubro, que reabriu ação de investigação eleitoral em que o PSDB pleiteia a cassação dos mandatos da presidente Dilma e do seu vice, Michel Temer. Com a decisão, os advogados da coligação que elegeu os dois terão sete dias para apresentar defesa no tribunal, após serem notificados. Os advogados também podem questionar novamente a reabertura da ação.
Com a reabertura do processo, a Justiça Eleitoral procederá à investigação das questões levantadas pelo partido e, após a análise das alegações da acusação e da defesa, o caso será julgado no mérito pelo plenário da corte. No processo, o PT sustenta que todas as doações que o partido recebeu foram feitas estritamente dentro da lei e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral. As contas eleitorais da presidente foram aprovadas pelo plenário do TSE em dezembro do ano passado por unanimidade.
Aécio afirma que dilma está ‘ilhada’
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou a afirmar que o governo da presidente Dilma Rousseff está acabado.
Para Aécio, a oposição não tem o que conversar com o governo. “Quando perdi a eleição, sinalizei que estava pronto para ser chamado para uma conversa, ela desligou com arrogância e estamos hoje nesta situação. A presidente nunca demonstrou vontade sincera de conversar. E hoje, vamos conversar sobre o quê? O governo acabou”, insistiu. O tucano também reconheceu que não acredita que Dilma tenha sido beneficiária pessoal da corrupção na Petrobras e das pedaladas fiscais cometidas pelo governo no ano passado..