Uma manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e da ala do PMDB contrária ao governo adiou para o início da tarde desta terça-feira a formação da comissão especial que analisará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O adiamento deverá comprometer a realização da sessão do Conselho de Ética, prevista para as 14h de hoje, para debater o parecer favorável à cassação do mandato de Cunha por quebra de decoro parlamentar. A manobra é resultado do racha do PMDB, já que a ala oposicionista do partido que montar uma chapa alternativa para disputar as oito vagas destinadas à legenda na comissão do impeachment.
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O PSDB já havia anunciado para o grupo o líder da legenda Carlos Sampaio (SP) e da minoria, Bruno Araújo (PE). Os outros quatro representantes a que tem direito seriam revelados às 18h, até então o prazo concedido para as indicações. O DEM chegou a indicar o líder Mendonça Filho (PE) e Pauderney Avelino (AM). O SD havia optado pelos nomes de Paulinho e Arthur Maia (BA). Os demais partidos que agora podem migrar para a chapa alternativa também chegaram a indicar filiados para suas vagas.
O PSB definiu a participação de Fernando Coelho Filho (PE), Danilo Forte (CE), Tadeu Alencar (PE) e Bebeto (BA).
CONTAMINADO O adiamento da indicação da comissão especial foi defendido por Eduardo Cunha e aprovado em reunião do colégio de líderes no fim da tarde. Em repúdio à manobra, o líder do PT, Sibá Machado (AC), deixou o encontro. Segundo ele, o processo começa contaminado. “Isso arrebenta qualquer relação, não é razoável dentro do campo democrático. Ele está mudando os prazos e permitindo a formação de chapa alternativa, isso pode fomentar a briga interna nas bancadas. Discordo disso e não vou assistir e assinar isso”, afirmou o petista, ao sair da reunião.
“Isso contamina o processo.