O prefeito Fernando Haddad (PT) determinou o corte de ao menos 20% das despesas de custeio de todos os órgãos da administração direta e indireta do Município. Publicada por meio de decreto no Diário Oficial da Cidade, a ordem inclui, por exemplo, contratos relacionados a serviços de limpeza e vigilância, compra de materiais de consumo, locação de imóveis e serviços técnicos, como contratação de consultorias externas. O objetivo é obter recursos para ampliar os investimentos.
Esta é a segunda vez que Haddad ordena às secretarias e empresas municipais que cortem gastos internos. Em fevereiro de 2013, logo após assumir o governo, a mesma medida foi anunciada pelo prefeito. De lá pra cá, mais de R$ 500 milhões foram economizados, segundo estimativa da Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico.
O decreto de sábado, 5, assim como o de 2013, prevê que os responsáveis pelos contratos deverão abrir com os fornecedores "ampla negociação, com vistas à obtenção de redução de, no mínimo, 20% sobre o valor total do saldo residual". Caso o resultado não seja o esperado, a meta deverá ser alcançada por meio da redução dos contratos em vigor, de acordo com as normas legais, ou a partir da assinatura de novos acordos.
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PT discute eleições em São Paulo, onde Haddad tem apenas 15% de aprovação Bancada do PT discute estratégias para melhorar avaliação de Haddad na periferiaReeleição de Haddad em 2016 será prioridade número do PT, diz FalcãoOs recursos poupados serão destinados a investimentos, segundo o decreto, em diversas áreas de interesse, como educação, transportes e saúde. O plano de metas de Haddad prevê a execução de um conjunto de obras e ações avaliadas em mais de R$ 24 bilhões.
Qualidade
A ordem obriga o secretariado de Haddad a eliminar eventuais "gorduras" nos contratos, mas sem prejudicar a qualidade dos serviços nem eliminar os convênios.
Secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação, Celso Jatene afirma que vai estudar contrato por contrato para ver onde é possível reduzir os gastos. Ele citou os serviços de vigilância como uma opção a ser trabalhada pela pasta.
"Recentemente, assinei um convênio com a Secretaria de Segurança Urbana para que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) amplie sua participação nos equipamentos de lazer da cidade. A GCM poderá instalar suas inspetorias nos nossos parques, por exemplo. Isso é bom para eles, que deixam de pagar aluguel, e para nós, que podemos reduzir o número de vigilantes terceirizados", diz.
Jatene ressalta, no entanto, que alguns serviços não podem ser cortados. "Tem coisa que não dá para mexer.
A secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, assegura que respeitará o decreto do prefeito sem comprometer nenhum serviço de acolhimento prestado pela pasta. "Os cortes não atingirão nossos programas. Eles se referem a contratos de segurança, limpeza. São as despesas de custeio, do dia a dia", explica.
A gestão Haddad diz que cabe a cada secretaria assegurar a manutenção dos serviços, sem perda de qualidade. "No cenário econômico em que o País se encontra, é razoável esperar que os fornecedores do Município aceitem renegociar preços, visando à manutenção dos contratos", diz nota.
Investimentos
A Prefeitura informou ter investido até agora R$ 3,6 bilhões, dos R$ 7,8 bilhões previstos para este ano.
Segundo a Secretaria de Finanças, caso a previsão se confirme, o número será "mais um recorde de investimentos na cidade de São Paulo, que vem conseguindo ampliar os investimentos desde o ano passado, quando alcançou o maior nível dos últimos 15 anos, com R$ 4,2 bilhões". Para cumprir seu plano de metas, Haddad teria de investir R$ 6 bilhões por ano..