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Estado de Minas

Atônita, cúpula do PMDB considera 'infantil' carta de Temer a Dilma

Um dos trechos considerados como "completamente infantil" é o que Temer se queixa de não ter sido chamado pela presidente Dilma para participar da reunião realizada no começo do ano com o vice presidente dos Estados Unidos


postado em 08/12/2015 11:40 / atualizado em 08/12/2015 11:52

O presidente do Senado, Renan Calheiros, reuniu lideranças do PMDB na residência oficial do Senado(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)
O presidente do Senado, Renan Calheiros, reuniu lideranças do PMDB na residência oficial do Senado (foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)
Pegos de surpresa com a divulgação da carta endereçada pelo vice-presidente, Michel Temer, à presidente Dilma Rousseff, integrantes da cúpula do PMDB consideraram como "infantil" e "primário" o conteúdo do documento. Na carta, Temer relata uma série de episódios que demonstrariam, nas palavras dele, a "absoluta desconfiança" que Dilma sempre teve em relação a ele e ao PMDB.

Alguns integrantes da cúpula da legenda chegaram a questionar, num primeiro momento até a autenticidade do texto. O teor da carta começou a circular no final da noite dessa segunda-feira (7) e chegou ao conhecimento das principais lideranças do PMDB que se reuniam em diferentes jantares, realizados em Brasília.

Num dos encontros, promovido pelo líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), estavam presentes os ministros do partido com exceção de Henrique Eduardo Alves (Turismo), ligado a Temer. Alves não estava em Brasília. Além dos ministros, também esteve presente o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ).

Segundo relatos, o conteúdo da carta deixou a todos "atônitos". Um dos trechos considerados como "completamente infantil" é o que Temer se queixa de não ter sido chamado pela presidente Dilma para participar da reunião realizada no começo do ano com o vice presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com quem o peemedebista construiu "boa amizade".

O tom utilizado por Temer na carta, segundo relatos, levou um dos presentes no jantar dos peemedebistas a colocar em questão a capacidade do vice vir a um dia assumir o comando do País. "Alguém que tiver um mínimo de maturidade, depois de uma carta daquela vai acreditar que o Michel pode presidir o Brasil?", considerou um peemedebista à reportagem após o jantar.

Segundo integrantes do partido, Temer tomou a iniciativa de forma "solitária", não consultou as lideranças do Congresso, ministros, governadores, nem integrantes da Executiva.

O mesmo sentimento de surpresa também foi encontrado na reunião promovida na noite dessa segunda-feira (7) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na residência oficial do Senado. No encontro estiveram presentes as principais lideranças do partido do Senado.

A avaliação feita entre parte dos presentes foi a de que, com a iniciativa, Temer assumiu estar ao lado do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por dar início ao processo de impeachment, "espatifou o PMDB" e sem querer fortaleceu a Dilma ao "reforçar a imagem de que ele quer tomar a Presidência".


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