O ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB-RS) considerou a carta enviada pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), à presidente da República, Dilma Rousseff (PT), uma espécie de "DR" (discussão de relacionamento), e negou que o documento seja um indício de ruptura do PMDB com o governo.
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Henrique Fontana minimiza e diz que carta de Temer traz 'divergências normais'Atônita, cúpula do PMDB considera 'infantil' carta de Temer a DilmaAlexandre Padilha ia ficar com uma parte do laboratório da Lava-Jato, diz delatorCarta de Temer a Dilma permite muitas leiturasPeemedebistas da chapa vencedora pró-impeachment estiveram nesta terça-feira com Temer"Eles têm uma relação de pessoas civilizadas e penso que isso não vai ter prejuízo", disse. Segundo Padilha, o fato de o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, ter estado na residência oficial de Temer nesta madrugada demonstra que não há rompimento com o governo, já que Adams estava lá representando a presidente Dilma.
O ex-ministro contou que esteve no Palácio do Jaburu até as 2h15 e, quando saiu, a conversa entre Temer e Adams continuava. "Esta questão (de rompimento) inexiste, e do ponto do vista institucional, ela não pode e não vai acontecer porque se trata do vice-presidente e da presidente da República. Portanto, é uma relação que tem que se manter", falou Padilha.
Ele admitiu, no entanto, que a "DR" de Dilma e Temer pode determinar o rumo de outros ministros peemedebistas. A carta enviada por Temer contém uma série de queixas sobre a relação com Dilma e termina com uma constatação: "Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã.
Padilha disse que conversou com Temer sobre esta afirmação. Segundo ele, o raciocínio do vice-presidente é de que dificilmente o que não foi conquistado em cinco anos de governo, em termos de relação entre as duas partes, será conquistado nos próximos três. O ex-ministro reconheceu que a carta é "muito expressiva" no que se refere às reclamações do PMDB.
Questionado sobre o processo de impeachment aberto pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Padilha disse que o partido só deverá ter uma posição quando houver um relatório sobre o processo no Congresso.
Ele afirmou que, junto com outros líderes, está "buscando a temperatura" do PMDB, para avaliar "o que o partido realmente quer", e que Temer será o "exteriorizador", aquele que vai verbalizar o sentimento da maioria do partido no momento adequado. "Ninguém espere do Michel um comportamento fora do que a lei estabelece. Portanto, quem falar em golpe, qualquer coisa que não esteja rigorosamente dentro do plano legal, não conte com o Michel", revelou..