O deputado Fausto Pinato (PRB-SP) atribuiu ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sua destituição da relatoria do Conselho de Ética na tarde desta quarta-feira, 9. "Enquanto tiver o comando (de Cunha) da mesa, fica difícil desenvolver", reclamou Pinato. "Temos que aguardar. Estamos falando do julgamento do terceiro homem mais poderoso da República."
Leia Mais
Mesa da Câmara acata recurso de aliado de Cunha e declara Pinato impedidoPF diz que só poderá investigar ameaças contra Pinato se relator pedirPinato diz que não se intimidará diante de ameaças: 'Vou fazer o meu trabalho'PRB pede ao Supremo volta de Pinato à relatoria de processo contra Eduardo CunhaCunha recorre ao STF para se manter na presidência da CâmaraEx-relator do Conselho de Ética diz ter sofrido ameaças e pede investigação da PFVisivelmente contrariado, mas aparentando calma, o agora ex-relator comentava estar com a consciência tranquila. "É uma decisão da Mesa, que é comandada pelo presidente da Câmara. Respeito, apesar de não concordar.
Apesar das insinuações que acabara de fazer sobre a participação de Cunha em seu afastamento, ele preferiu responder de forma tangencial às perguntas sobre eventual uso de poder de Cunha para reformular o Conselho de Ética. "Deixo para vocês avaliarem e tirarem suas próprias conclusões", disse aos jornalistas.
"Não estou aqui para agradar 100 ou 200 deputados; estou aqui para fazer o que a minha consciência manda e dar uma resposta, dentro da legalidade, a 200 milhões de brasileiros", discursou, dizendo ainda confiar na Justiça e no plenário da Câmara.
Após a decisão, integrantes da tropa de choque de Eduardo Cunha, comandada pelo líder do PSC, André Moura (SE), e pelo presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), também deixaram o plenário e devem recorrer da decisão do presidente do Conselho, de substituir Pinato pelo deputado José Geraldo (PT-PA). Alegam que o parlamentar não tem isenção e que já antecipou seu voto, contrário a Eduardo Cunha..