O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), anunciou que o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) será o novo relator do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Araújo decidiu acatar nesta quarta-feira (9) a decisão do vice-presidente da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de afastar o deputado Fausto Pinato (PRB-SP) da função de relator.
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PRB deve ir ao STF contra saída de Pinato da relatoria do Conselho de ÉticaRelator do TCU nega recurso do governo em análise das pedaladas fiscaisEx-relator do Conselho de Ética diz ter sofrido ameaças e pede investigação da PFDecisão de Fachin sobre impeachment atrasa o processo, diz CunhaO vice-presidente atendeu a recurso de questão de ordem solicitada pelo deputado Manoel Junior (PMDB-PB) contra decisão de Araújo de manter Pinato como relator, mesmo sendo ele (Pinato) do mesmo bloco partidário que o presidente Eduardo Cunha, o que é vedado pelo regimento. Manoel Junior chegou a apresentar requerimento de adiamento de votação, mas a proposição foi derrotada por 11 votos a 10, cabendo a Araújo desempatar a decisão.
Tensão
A reunião do Conselho de Ética foi marcada por momentos de tensão, bate boca e xingamentos entre os parlamentares. Araújo chegou a anunciar o deputado Zé Geraldo (PT-PA) como novo relator, mas decidiu rever sua decisão.
Segundo Araújo, sua intenção é votar o relatório ainda neste ano. “Eu não posso ter surpresa, já estava nos jornais que eles iam recorrer, que tentariam me tirar do conselho, tiraram o relator, obviamente numa próxima tentativa vão tentar me tirar da Presidência. Paciência, nós vamos recorrer se for necessário ao Supremo, a quem de direito, ao Plenário, à CCJ . Todos os tipos de recursos vamos impetrar. Essa é uma forma violenta, é um acinte ao conselho de ética”, criticou.
Eduardo Cunha afirmou que Araújo desrespeitou o regimento.
Ameaças
Fausto Pinato ressaltou que sofreu ameaças durante o processo e que fez um relatório isento. "O Brasil tem pressa.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) defendeu o afastamento de Pinato. Segundo ele, o regimento é claro. “Não me envergonho de nada que cumpra a lei e o regimento, me envergonharia de ultrapassar, de desrespeitar a lei para obter o resultado, seja ele qual for. Disso eu me envergonharia. Desafio qualquer um a colocar qualquer ação que eu tenha realizado no sentido de ser contrário ao regimento”, afirmou Marun.
O líder da Rede, deputado Alessandro Molon (RJ), disse que o afastamento do relator foi uma atitude autoritária da Presidência da Câmara. "Espero que o procurador-geral da República peça ao Supremo o afastamento imediato dele , porque enquanto isso não for feito, ele vai usar da força que tem para impedir que o processo contra ele avance aqui na Casa."
Com Agência Câmara .