São Paulo - Em uma sessão cheia e tumultuada, o novo relator do processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputado Marcos Rogério (PDT-RO), se apresentou aos colegas do Conselho de Ética e prometeu cumprir o regimento na análise da ação. Ele adiantou que seu voto já era conhecido e que seguirá a linha de seu antecessor, Fausto Pinato (PRB-SP), quem, segundo Rogério, fez um "trabalho com esmero".
O parecer prévio de Rogério será apresentado na próxima semana. "Apresentarei apenas de maneira formal o meu relatório na próxima terça-feira. Não o faço neste momento pela cautela que me é imposta e pelas regras atinentes ao processo", destacou.
Rogério sinalizou que não mudará sua opinião sobre a admissibilidade do processo. "Tenho juízo preliminar formado sobre esta matéria. Não avançarei um milímetro em aspectos meritórios desta matéria", ponderou.
O novo relator destacou que discorda da decisão do vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA) que retirou Pinato da relatoria e afirmou que o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), agiu ontem com cautela para preservar o processo. Há pouco, Araújo informou ao colegiado que está recorrendo da decisão de Maranhão e teve o apoio do líder da Rede, Alessandro Molon (RJ), que afirmou que está recorrendo também à Procuradoria Geral da República contra as "manobras absurdas e inaceitáveis" do peemedebista.
"Enquanto o deputado Eduardo Cunha estiver na presidência da Casa, vai usar toda a força que tem, todo os artifícios para impedir o andamento do processo contra ele. Vamos à Procuradoria contra essas manobras inaceitáveis que vêm acontecendo", disse Molon.
Coube ao deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) atacar o comportamento de Araújo. Na avaliação do peemedebista, Araújo é o responsável pela procrastinação do processo porque tem sido "descumpridor contumaz do regimento".
Briga
Mais calmo, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) pediu desculpas ao plenário pela briga que teve nesta manhã com o colega Wellington Roberto (PR-PB). Os deputados trocaram tapas na sessão do Conselho de Ética e tiveram de ser apartados por colegas e seguranças da Câmara. "O que está acontecendo aqui é vergonha pura", lamentou o petista.