Brasília - Em meio às investigações da Operação Lava-Jato, o ministro Dias Toffoli, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), salientou em sessão nesta quinta-feira a preocupação com o possível uso de dinheiro oriundo do narcotráfico para financiamento de campanhas nas eleições de 2016.
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Novas urnas para 2016 custam menos que Fundo Partidário, diz Dias ToffoliJoaquim Barbosa diz que suspeita de fraude nas urnas em 2014 é 'lenda urbana'TSE aprova novas regras para eleições municipais de 2016Governo revê meta fiscal e TSE garante votação eletrônica nas eleições de 2016De acordo com o ministro, a nova norma exigirá do Ministério Público Federal atenção redobrada. "Entre as nossas maiores preocupações, está a de que campanhas venham a ser financiadas por dinheiro oriundo de narcotráfico. Não há mais pessoas jurídicas doando para campanhas, mas nós sabemos que o mundo real busca suas alternativas", afirmou Toffoli.
Toffoli também ressaltou que o perigo de influência econômica de organizações criminosas é maior nas campanhas municipais. "Nesses pleitos, qualquer valor mínimo já pesa muito em toda a campanha".
A sessão, que ocorreu na manhã desta quinta, foi convocada para o julgamento das instruções sobre as eleições de 2016 pelo plenário do TSE. Foram discutidos itens como registro de candidatura, horário de propaganda eleitoral e limite de gastos de campanha. O julgamento das instruções foi adiado para a sessão da semana que vem.
Sancionada em setembro, a Lei da Minirreforma eleitoral prevê que, nos municípios com até 10 mil eleitores, o limite de gastos de campanha seja de até R$ 100 mil.
O ministro Gilmar Mendes, relator da minuta que detalha o limite de gastos de campanha, afirmou que, em algumas cidades, os patamares estabelecidos pela nova lei podem ser irreais..