Brasília, 10 - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), criticou o colega de partido e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e disse que "fica difícil" mantê-lo no cargo. Cunha tem lançado mão de manobras para evitar o andamento dos trabalhos do Conselho de Ética que analisa um processo disciplinar contra ele.
"Ele fica colocando os interesses dele acima dos interesses do País. Um chefe de poder, e é um poder tão importante... estamos precisando discutir uma pauta de governabilidade, que não seja pautas bomba e nós estamos discutindo essas questões... Isso não soma", disse Pezão. Questionado se o presidente da Câmara tem condições de se manter no cargo, o governador disse que "fica ruim". "Acho um desserviço ao País não estarmos com uma pauta proativa."
Ele minimizou o fato de a bancada peemedebista estar rachada na Câmara sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff e disse ver maioria do partido a favor da "governabilidade".
"Quando que o PMDB não foi rachado? O PMDB está sempre rachado. Às vezes em três, quatro frentes (...) Acho que tem muito mais gente favorável à governabilidade do que ao impeachment.
Pezão foi um dos críticos à destituição do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) da liderança do partido na Câmara. A medida contou com apoio de Cunha e aval do vice-presidente Michel Temer. Picciani é visto como aliado da presidente Dilma Rousseff e contrário ao processo de impeachment.
"Acho muito ruim ter uma medida dessa contra um líder que se dedicou à governabilidade, à chapa da Dilma e do Michel, uma pessoa que esteve nos momentos mais difíceis ao lado do governo", disse Pezão. Ele classificou a operação como uma "medida de força, desnecessária" dentro do partido..