O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), espera que o debate sobre o trâmite do impeachment da presidente Dilma Rousseff comece e termine no próximo dia 16 na Corte, sem pedidos de vista. "O Supremo deve essa resposta à sociedade brasileira", afirmou o ministro nesta quinta-feira, 10.
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A ação foi proposta pelo PCdoB, partido da base governista. De acordo com o partido, o Supremo precisa regular o tema, já que a lei do impeachment, de 1950, tem se der adequada à Constituição, de 1988. Ontem, o ministro disse que irá propor à Corte um rito completo do procedimento para evitar que o mesmo seja questionado no Judiciário outras vezes.
Gilmar Mendes indicou que a possibilidade de que um dos ministros peça vista existe.
Fachin explicou hoje que o STF terá que se debruçar sobre três frentes: os atos já praticados pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na abertura do impeachment; a formação da comissão especial sobre o tema, e os ritos futuros no procedimento no Congresso.
"No meu ponto de vista, até está no meu despacho, eu preservei todos esses atos (passados). Portanto, há presunção de que são atos válidos. Poderá o pleno do Supremo indicar numa outra direção", disse o ministro, sobre as questões já decididas. Sobre a formação da comissão, o STF vai debater, por exemplo, se a escolha dos integrantes precisaria ser feita em voto aberto e, portanto, anular a votação secreta ou não.
"E a terceira frente são os outros passos, porque há outras dúvidas. Por exemplo, em que momento o ocupante da Presidência da República será suspenso de suas funções? No julgamento na Câmara ou na instauração do processo no Senado? Tem uma medida judicial que questiona isso. No caso do impeachment do presidente Collor, adotou-se um critério, que também foi judicializado à época", explicou o ministro.