Brasília – Em tom de provocação ao governo da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nessa quinta-feira (9) que a exoneração do vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, Fábio Cleto, "foi bom" para o currículo dele. O servidor público é aliado do peemedebista e a demissão foi feita como retaliação do Palácio do Planalto.
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Cunha diz que relação política dentro do PMDB está em ebuliçãoAdmissibilidade do processo de Cunha caminha para ser votada só em 2016Pezão diz que Cunha põe interesses particulares acima dos nacionaisDilma exonera Fábio Cleto, aliado de Cunha, da vice-presidência da CaixaSecretária de estado da Educação descarta reedição da Lei 100Cunha pede a Cardozo para investigar denúncia de oferta de propina a Pinato"É uma pessoa que eu conheço, mas que não vejo há bastante tempo. É um profissional de qualificação", disse. A exoneração ocorre 15 dias após a deflagração do processo de impeachment contra a petista pelo peemedebista. Há apenas dois dias, Cleto havia sido reconduzido para representar a Caixa no comitê que avalia os investimentos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). O executivo de 39 anos é formado em administração de empresas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e já trabalhou em instituições como Dresdner Bank e Itaú.
Ministro ataca peemedebista
O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rosseto, criticou ontem em Belo Horizonte, durante a posse do novo superintendente regional da pasta em Minas Gerais, Ubirajara Alvez de Freitas, o processo de cassação da presidente Dilma, aberto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, um parlamentar que, segundo ele, diminuiu o Legislativo. Segundo ele, o processo de cassação da presidente foi aberto por um parlamentar que “está sendo cassado pelos seus maus-feitos que se somam a cada dia, a cada semana”.
O ministro disse acreditar “na consciência democrática” do Congresso Nacional, do povo brasileiro e das instituições. “Essa aventura será derrotada, a democracia será reafirmada e nos iremos rapidamente retornar uma agenda que interessa ao povo brasileiro”.
Rosseto disse que o ano de 2015 foi difícil para o país, mas que a crise política está agravando a econômica e trazendo um clima de insegurança. “Essa instabilidade política não interessa ao país”, disse o ministro, que garantiu que apesar da crise o governo não está parado. Ele defendeu que o processo contra a presidente seja o mais breve possível, porque o “Brasil tem assuntos coisas mais importantes e urgentes para tratar, como uma agenda de desenvolvimento e crescimento”.
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