Jornal Estado de Minas

Grupos preparam novos atos pró-impeachment para março

As primeiras manifestações de rua convocadas por movimentos contrários ao governo Dilma Rousseff depois de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitar o pedido para um processo de impeachment da presidente foram menores do que o esperado pelos organizadores, que já preveem novo ato em março do ano que vem. Alguns integrantes já citam a data de 13 de março.

Em São Paulo, principal palco das manifestações anti-Dilma no País, os atos na Avenida Paulista foram visivelmente menores. Representantes do Movimento Brasil Livre estimaram 80 mil pessoas presentes, o líder do Vem Pra Rua falou em 100 mil. Já a Polícia Militar informou que aproximadamente 30 mil pessoas estiveram presentes. Os números são bem inferiores aos dos protestos de agosto, quando a PM registrou 350 mil pessoas na Avenida Paulista. "A gente já esperava que a manifestação de hoje tivesse menos gente, já que tivemos só dez dias para organizar", disse Rogério Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua presente na capital paulista.

Segundo ele, o grupo já organiza um novo protesto para março de 2016. Como na última manifestação, os senadores tucanos Aloysio Nunes e José Serra compareceram à manifestação na Paulista.

No Rio de Janeiro, a Polícia Militar registrou 3 mil manifestantes que percorreram a orla de Copacabana com bandeiras e palavras de ordem contra a presidente. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) participou do ato e foi recebido como popstar entre os manifestantes que o cumprimentaram e tiraram selfies com ele.

Na capital mineira, o número de manifestantes também foi menor que o de agosto, 5 mil segundo estimativas da polícia, ante 6 mil do protesto realizado há quatro meses.
Naquela ocasião, o presidente nacional do PSDB, senador e ex-governador do Estado Aécio Neves participou do protesto em Belo Horizonte, o que não se repetiu hoje. Aécio se limitou a compartilhar informações sobre as manifestações em sua conta no Facebook.

Em Brasília, o ato também foi visivelmente menor em relação a agosto e começou por volta das 10h30 em frente à Catedral Metropolitana, de onde os manifestantes seguiram para a Esplanada dos Ministérios. Por volta de 12h30, o ato começou a dispersar devido ao início da chuva. A Polícia Militar estimou 3 mil manifestantes no auge do protesto. Em agosto, as autoridades estimaram 25 mil manifestantes no ato realizado na capital federal.

A manifestação também contou com a leitura de um manifesto, produzido pelos organizadores dos movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre, que pedia "coragem" aos parlamentares e cobrava do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, "a prisão dos políticos envolvidos da Lava Jato".

"Queremos uma nova fase de esperança e mudança, queremos voltar a bater no peito e sentir orgulho do nosso Brasil", dizia o texto..