Brasília – Os protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff retornaram ontem em pelo menos 100 cidades de várias regiões do país, após um intervalo de quatro meses. Eles reuniram, porém, menos pessoas do que os últimos, realizados em março, abril e agosto. Os organizadores dos protestos, como o Movimento Brasil Livre e o Vem pra Rua, afirmaram que já esperavam adesão menor, uma vez que se trata da retomada do movimento de rua pró-impeachment. Seria, segundo eles, um “aquecimento” para protestos maiores no ano que vem. Em grandes capitais como Rio, Brasília e Curitiba, os participantes não chegaram a um quarto do registrado nos atos de agosto. Brasília reuniu 6 mil manifestantes neste domingo, contra 25 mil no protesto anterior, segundo estimativas da Polícia Militar; Curitiba teve 10 mil, contra 60 mil em agosto, e no Rio apenas 5 mil foram à orla de Copacabana, contra 100 mil anteriormente, segundo organizadores.
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'Esquenta' para 2016, protestos marcados para hoje prometem pressionar Congresso Movimentos de apoio e contrários a Dilma marcam datas para novos protestosMovimento promete protestos contra Cunha em 20 EstadosOs senadores José Serra (PSDB-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) foram recebidos por lideranças dos grupos pró-impeachment assim que chegaram à Paulista. “Não podia ficar longe nesse momento. É a voz das ruas”, disse Caiado. Tido como próximo ao PMDB, Serra afirmou que a participação do PSDB em um eventual governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer dependerá do que o partido dele apresentar como projeto para o país. “Mas agora é hora de falar de impeachment, depois falamos de governo”, disse.
Em Brasília, por volta das 10h, manifestantes conduziram um caixão com uma caricatura de Dilma, alvo de xingamentos, e uma bandeira do PT no gramado em frente ao Congresso, que eles chamara de “enterro do PT”.
NORMALIDADE DEMOCRÁTICA
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, afirmou que as manifestações realizadas a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff estiveram “dentro da normalidade democrática”. Ele evitou comentar o sucesso ou fracasso dos atos. “As manifestações são normais em um regime democrático. Tudo dentro da normalidade em um país democrático, que respeita a legalidade, que respeita as instituições, um Brasil que estamos construindo com muita dedicação democrática”, afirmou o ministro. (Com agências).