Brasília - A operação que a Polícia Federal fez nesta terça-feira nas residências do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em Brasília e no Rio também alcançou as residências do ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ), do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do senador Edison Lobão (PMDB-MA). Foram, ainda, alvos da ação o deputado Anibal Gomes (PMDB-CE) e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado.
Ainda de acordo com informações obtidas pela reportagem, a Polícia Federal pediu acesso na Câmara ao e-mail de Cunha e do deputado Anibal Gomes.
Batizada de Catilinárias, a operação faz parte das investigações da Operação Lava Jato. A ação cumpre ao todo 53 mandados de busca e apreensão - na residência dos investigados, endereços funcionais, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos - expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, referentes a sete processos instaurados a partir de investigações da Lava Jato.
Os mandados, expedidos pelo ministro do STF Teori Zavascki, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (9), em São Paulo (15), no Rio (14), no Pará (6), em Pernambuco (4), em Alagoas (2), no Ceará (2) e no Rio Grande do Norte (1). O principal objetivo da PF com a ação é evitar que os investigados destruam provas.
Celso Pansera foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato, como "pau mandado" de Eduardo Cunha.
O deputado Aníbal Gomes é alvo de quatro inquéritos no STF. O parlamentar é suspeito de ser "interlocutor" do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - que teria usado Gomes como intermediário dos contatos com a diretoria de Abastecimento da Petrobras, reduto do PP no esquema de corrupção instalado na estatal.