As ações da Polícia Federal chegam ao Congresso nesta terça-feira. Mandados de busca e apreensão são cumpridos na Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados. Desde o começo da manhã, a Operação Catilinárias, feita em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), cumpre 53 mandados em vários estados, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), referentes a sete processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava-Jato.
A residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é um dos principais alvos. Desde cedo, dezenas de viaturas e policiais cercam os arredores, na Península dos Ministros, no Lago Sul. O advogado do parlamentar está no local. A presença de Eduardo Cunha no local, no entanto, não foi confirmada.
As buscas foram autorizadas pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. São nove mandados para o Distrito Federal, 15 em São Paulo, 14 no Rio de Janeiro, seis no Pará, quatro em Pernambuco, dois no Alagoas, dois no Ceará e um no Rio Grande do Norte. Entre os locais também está uma residência de Cunha no Rio de Janeiro, além das residências do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e do senador Edison Lobão (PMDB-MA).
As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. Elas têm como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. Segundo a PF, foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa. Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros.
Corrupção
Eduardo Cunha é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro pela PGR nas investigações da Operação Lava-Jato. Beneficiado dos desvios da Petrobras, segundo dois delatores, ele teria recebido US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sondas. De acordo com a investigação, CUnha também teria lucrado com negócio fechado pela Petrobras na África, que teria abastecido contas no exterior mantidas por Cunha e familiares na Suíça.
Ele foi denunciado pela PGR ao Supremo há cerca de quatro meses. No entanto, o STF ainda não decidiu se acolhe ou não as denúncias.