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Estado de Minas

Malheiros diz que Mercadante vinculou repasse à PBH ao apoio de Lacerda contra impeachment

O vice-prefeito se baseou em postagens feitas em um blog para gravar o depoimento divulgado nas redes sociais e foi desmentido pelo prefeito da capital


postado em 15/12/2015 15:31 / atualizado em 15/12/2015 19:32

(foto: 24/07/2014 - Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)
(foto: 24/07/2014 - Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)

Um vídeo polêmico do vice-prefeito de Belo Horizonte, Délio Malheiros (PV), está causando repercussão nas redes sociais. Em sua página na Facebook, ele acusou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de vincular o repasse de cerca de R$ 20 milhões para a prefeitura da capital se o prefeito Marcio Lacerda convencesse a bancada o PSB a votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Malheiros baseou suas declarações em informações que teriam sido publicadas em um blog. Já Lacerda negou ter recebido “qualquer tipo de pressão” de Mercadante.

“Hoje eu ouvi uma coisa assustadora no jornal. O prefeito Marcio Lacerda disse que ligou para Brasília para cobrar do Ministério da Educação R$ 20 milhões que o ministério deve à Prefeitura de Belo Horizonte que é a contrapartida da construção das Umeis. A União passa R$b 1,3 milhão por cada Umei que é construída e o custo total é de cerca de R$ 3 a R$ 4 milhões. Sabe qual foi a resposta do ministro da Educação? Disse para o prefeito: 'eu vou repassar esses R$ 20 milhões, mas você vai garantir os votos do PSB contra o impeachment da Dilma', foi o que disse o Aloísio Mercadante”, afirmou no vídeo o vice-prefeito. Délio ainda classificou o episódio como “um absurdo” e que deve ser denunciado.

Com a repercussão da denúncia, Marcio Lacerda se pronunciou por nota. Além de negar que tenha ocorrido o fato narrado pelo vice, o prefeito disse que os recursos já estão definidos por convênio e não dependem de negociações extras. “O Ministro assegurou que os recursos serão liberados assim que o Orçamento da União para 2016 for aprovado. Além do assunto das escolas infantis, durante telefonema entre o Prefeito e o Ministro houve troca de ideias e opiniões sobre o momento político que atravessa o país”, afirmou o pessebista.

Em conversa por telefone com o Estado de Minas, Délio afirmou que confia no desmentido feito por Lacerda. “Se ele (Marcio Lacerda) disse que não houve essa pressão, para mim é o que vale”, afirmou.

Apesar disso, Malheiros não diminuiu a artilharia pesada em relação ao governo federal. Perguntado se faria um novo vídeo após a resposta de Lacerda, ele disse que não gravaria, pois essa seria a forma de agir do governo. “Não vou gravar desmentindo. Fiz com base num blog. Pelo que li na imprensa. Eles fazem isso mesmo. Eles nos devem não é só na educação. Mas na saúde também, nos devem muito dinheiro. Eles acuam os prefeitos. O governo federal não tem limite para conseguir o que quer e o que pretende. Acuam os prefeitos e os governadores. Está público. E por sua vez os municípios com queda vertiginosa de arrecadação ficam nas mãos da união, que arrecada 68% dos tributos e deixa 32% para estados e municípios”, afirmou.

Em nota, o Ministério da Educação afirmou que as afirmações de Délio Malheiros são “ilações irresponsáveis e infundadas”. O MEC esclareceu que possui relação republicana com todos os entes federados e não faz distinção de partido para liberação de recursos. “O MEC tem forte parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte e compartilha a construção de creches no município. Porém o Congresso Nacional ainda não aprovou o PPA, a LDO e o Orçamento da União de 2016. Os repasses de recursos dependem dessas decisões do Congresso Nacional. Isto foi dito ao prefeito Márcio Lacerda e jamais houve qualquer vinculação. O prefeito já desmentiu em nota as ilações irresponsáveis e infundadas”, afirmou no texto.

Assista ao vídeo:
A proposta indecente do ministro da Educação

Quanto custa um voto contra o pedido de impeachment? O ministro da Educação tem a resposta.

Posted by Délio Malheiros on Segunda, 14 de dezembro de 2015


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