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Estado de Minas

Iepha tomba prédio do antigo Dops e construção abrigará memorial dos direitos humanos

O local, na Avenida Afonso Pena, marcou a história por ser centro de tortura daqueles que lutaram contra o regime militar


postado em 16/12/2015 16:42 / atualizado em 16/12/2015 18:24

Delegacia de polícia e centro do sistema prisional funcionam atualmente no prédio, que será transformado em um centro de memória(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Delegacia de polícia e centro do sistema prisional funcionam atualmente no prédio, que será transformado em um centro de memória (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


De centro de tortura durante a ditadura militar a memorial dos direitos humanos. O prédio modernista do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na Avenida Afonso Pena, número 2.351, acaba de ser tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Em 2013, a construção já havia sido tombada pelo patrimônio municipal.

“Já está tombado do ponto de vista municipal em dezembro de 2013, mas o tombamento estadual consolida essa proteção. É fundamental que isso ocorra, pois hoje lá funciona uma delegacia ligadas a drogas e um Ceresp (Centro de Remanejamento Prisional) de mulheres”, afirma o secretário de Estado de Direitos Humanos, Nilmário Miranda. “No Dops, vai funcionar o Memorial de Direitos Humanos de Minas, anexo ao Circuito Cultural da Praça da Liberdade”, completa.

O secretário explica que o antigo Dops será integrado ao Memorial da Anistia, em construção na Rua Carangola, no Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. No Memorial dos Direitos Humanos, serão reunidos os arquivos do Dops, com informações dos presos políticos, relatos de tortura, entre outros detalhes desse período. A delegacia e o Ceresp serão transferidos de local.

 

O prédio do Dops faz parte de uma série de construções modernas assinadas pelo arquiteto Hélio Ferreira Pinto, responsável também pelo prédio do Departamento de Trânsito, na Avenida João Pinheiro.

 

Em frente ao local, no canteiro central da Avenida Afonso Pena, já há um monumento em homenagem a mortos durante a ditadura. A estimativa é que 85 mineiros que lutavam contra o regime militar tenham sido mortos entre 1964 e 1985.


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