Brasília – Os ataques do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao vice-presidente da República, Michel Temer, deflagraram nessa quarta-feira (16) uma troca de acusações no partido. Em resposta ao senador, o PMDB, que é presidido por Temer, divulgou nota na qual afirma que o partido, de fato, não tem dono, mas também não tem “coronéis”. A fala é uma resposta a crítica feita por Renan à decisão da executiva nacional da sigla de barrar filiações temporárias para frear articulação alimentada pelo Planalto para favorecer o retorno do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança da legenda.
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Temer se desfez da ideia de coronel ao proibir entrada de deputados, diz RenanTemer rebate Renan e diz que PMDB não tem dono nem coronéisRenan critica Temer e diz que presidente do PMDB tem que buscar unidadeRenan Calheiros tem sigilo fiscal e telefônico quebradoCerveró diz que pagou propina a Renan e JaderRenan mostra a senadores carta em que chama Temer de 'mordomo de filme de terror'Tido como um dos principais e, ao mesmo tempo, um dos últimos aliados do governo, Renan atacou a posição tomada pelo partido.
MAIS CRÍTICAS Também nessa quarta-feira, Renan afirmou que o partido perdeu uma oportunidade de “qualificar sua participação no governo”, porque, quando Temer assumiu a coordenação política do Planalto, no início do ano, ele se preocupou “apenas com o RH” – uma alusão direta à negociação de cargos feita pelo vice. “Quando foi chamado para coordenar o processo político, do governo, da coalizão, o PMDB se preocupou apenas com o RH. Eu adverti sobre isso na oportunidade”, declarou. Questionado sobre a responsabilidade pela crise que o país atravessa, Renan foi explícito: “O presidente Michel é o presidente do partido.
Desde que o processo de impeachment foi de deflagrado, no início de dezembro, Temer iniciou um processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Na semana passada, o peemedebista enviou uma carta para a mandatária em que reclamou da falta de confiança dela e do seu entorno em relação a ele e ao PMDB. Ele chegou a dizer que passou os quatro anos do governo como um “vice decorativo”. “Aquela carta do presidente Michel, que muitos criticaram, a maior crítica que cabe a ela é que, em nenhum momento, ela demonstra preocupação com o Brasil”, disse Renan.
O ministro Marcelo Castro (Saúde), que é do PMDB, também criticou a atitude de Temer pela derrubada de Picciani ao afirmar que foi gerado um “um conflito desnecessário” na legenda. “Com relação à liderança do PMDB na Câmara dos Deputados, ele (Michel Temer) tomou partido. Ele e o presidente (da Câmara) Eduardo Cunha estão juntos para tirar a liderança do Leonardo Picciani”, criticou. “Acho que um presidente de partido tem o dever e obrigação de ser isento e neutro dentro das disputas internas.”
Castro também criticou resolução da Executiva Nacional do PMDB que determinou a aprovação prévia de deputados que queiram integrar a legenda. “Isso dará um arbítrio muito grande para a Executiva Nacional do PMDB, o que gera conflito.